terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Texto 3 - Terceiros Anos

Observe o Quadro Abaixo:


Fonte

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/historia/historia_do_brasil/segundo_reinado/periodo_regencial_2_quadro

Essas quatro revoltas aconteceram durante o Império. E na República, será que as coisas melhoraram? Observe o texto abaixo:


Revoltas da República Velha


Durante a República Velha 1889 a 1930, aconteceram inúmeras revoltas. A maioria delas provocadas por questões políticas, religiosas, misérias, disputas de terras ou pelo poder.

As principais revoltas ocorridas nesse período foram:

1 - Revolta da Armada/Federalista: A chamada Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o governo do marechal Floriano Peixoto, supostamente apoiada pela oposição monarquista à recente instalação da República

2 - Revolta de Canudos: A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade deCanudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil.
O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.

3 - Revolta da Vacina: 
No inicio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, como capital da República, apesar de possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, coleta de resíduosprecária e cortiçostuberculose, o sarampo, o tifo e ahanseníase. Alastravam-se, sobretudo, grandes epidemias de febre amarelavaríola e peste bubônica.super povoados.
Decidido a sanear e modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Dr.Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário. O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força, sendo obrigadas a morar nos morros e na periferia.

4 - Contestado: A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.
Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras, e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia, o embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que se tratava de umaguerra santa.

5 - Revolta da Chibata: A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 nabaía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época acapital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto.
Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas GeraisJoão Batista das Neves.


6 - Revolta de 1930: A Revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas GeraisParaíbaRio Grande do Sul, que culminou com ogolpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleitoJúlio Prestes e pôs fim à República Velha. e
Em 1929, lideranças de São Paulo romperam a aliança com os mineiros, conhecida como política do café-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes como candidato à presidência da República. Em reação, o Presidente de Minas GeraisAntônio Carlos Ribeiro de Andrada apoiou a candidatura oposicionista do gaúchoGetúlio Vargas.
Em 1º de março de 1930, houve eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista, que era o presidente do estado de São Paulo Júlio Prestes. Porém, Júlio Prestes não tomou posse, em virtude do golpe de estadodesencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi exilado.

7 - Revolta Constitucionalista: 
A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e outubro de1932, onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.
Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. A revolução de 1930 impediu a posse do governador de São Paulo Júlio Prestes na presidência da República e derrubou do poder o presidente Washington Luís que fora governador de São Paulo de 1920 a 1924.
Atualmente, o dia 9 de julho que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistasconsideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de sua história.


ATIVIDADE

1 - "Para mim a liberdade só existe quando um povo se une". (Bob Marley). Analise essa frase, à luz do texto sobre as revoltas no Brasil:



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Texto 3 - Segundos Anos


1 - O Espírito das Leis (1748), de Montesquieu - Trecho:


Existem em cada Estado três tipos de poder: o poder legislativo, o poder executivo das
coisas que emendem do direito das gentes e o poder executivo daquelas que dependem do
direito civil.
Com o primeiro, o príncipe ou o magistrado cria leis por um tempo ou para sempre e
corrige ou anula aquelas que foram feitas. Com o segundo, ele faz a paz ou a guerra,
envia ou recebe embaixadas, instaura a segurança, previne invasões. Com o terceiro, ele
castiga os crimes, ou julga as querelas entre os particulares. Chamaremos a este último
poder de julgar e ao outro simplesmente poder executivo do Estado.
A liberdade política, em um cidadão, é esta tranqüilidade de espírito que provém da
opinião que cada um tem sobre a sua segurança; e para que se tenha esta liberdade é
preciso que o governo seja tal que um cidadão não possa temer outro cidadão.
Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, o poder legislativo está
reunido ao poder executivo, não existe liberdade; porque se pode temer que o mesmo
monarca ou o mesmo senado crie leis tirânicas para executá-las tiranicamente.
Tampouco existe liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e do
executivo. Se estivesse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade
dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse unido ao poder
executivo, o juiz poderia ter a.força de um opressor.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dós principais, ou dos nobres, ou
do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções
públicas e o de julgar os crimes ou as querelas entre os particulares.

2 - Do Contrato Social (1762), de Jean-Jacques Rousseau - Trecho:


Resulta desses esclarecimentos, confirmando o capítulo XVI, que o ato instituidor do governo não constitui um contrato, mas uma lei; que os depositários do poder executivo não são em absoluto o senhores do povo, mas apenas seus oficiais; que o povo dispõe do direito de os nomear e os substituir quando bem lhe aprouver; que o problema, para eles, não consiste em contratar, mas em obedecer, e que, incumbindo-se das funções que lhes são impostas pelo Estado, outra coisa não fazem senão cumprir com seu dever de cidadãos, sem terem de maneira alguma o direito de discutir as suas condições.


Pierre Burgelin assim resume o pensamento de Rousseau em seu prefácio à obra:
"O homem original é uma espécie de animal tranquilo, movido por poucas necessidades, indiviso, sem coerção e, consequentemente, feliz, ligado apenas ao presente. Mas permanece "estúpido e limitado". Ora, segundo sua natureza, ele também é perfectível, portanto chamado a se desenvolver. Aqui intevém a sociedade: apenas ela permite que se adquira a palavra, a memória, as ideias, os sentimentos, a consciência moral, em suma, as luzes. Infelizmente, essa educação dos homens foi feita ao acaso, sem princípios, sem reflexão, sem respeito pela ordem natural. O resultado é um estado em que as necessidades do homem se multiplicam, em que ele não as pode satisfazer sem o outro: torna-se cada vez mais fraco, cada vez mais dividido e preocupado, cada vez menos livre. vive num estado de "agregação", onde cada um pensa em primeiro lugar em si mesmo, luta a fim de se fazer reconhecer e dominar. Para sobreviver é preciso fazer-se aceitar, submeter-se ou import-se, portanto preocupar-se com a opinião dos outros. Esta é a pior escravidão: precisamos dissimular o que somos, parecer o que não somos. O homem natural se destroi sem se realizar, um eu fictício vai formando-se aos poucos e substitui nosso verdadeiro eu. Todos ficam divididos e infelizes, e acabam se acomodando com seus grilhões"

 3 - Constituição dos Estados Unidos da América (1787) - Trecho:

Nós, o Povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a Justiça, assegurar a tranqüilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América.


4 - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) - Trecho:


Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo, podendo ser a qualquer momento comparados com a finalidade de toda a instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral.
Em razão disto, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:

Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11º. A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública. Esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13º. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.

In Textos Básicos sobre Derechos Humanos.
Madrid. Universidad Complutense, 1973, traduzido do espanhol por Marcus Cláudio Acqua Viva. APUD.
FERREIRA Filho, Manoel G. et. alli. Liberdades Públicas
São Paulo, Ed. Saraiva, 1978.


5 - Constituição Brasileira de 1824 - Trecho:



CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)

 EM NOME DA SANTISSIMA TRINDADE.

TITULO 1º

        Do Imperio do Brazil, seu Territorio, Governo, Dynastia, e Religião.

        Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam uma Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se opponha á sua Independencia.
        Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se acha, as quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado.
        Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo.
        Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e Defensor Perpetuo do Brazil.
        Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.

ATIVIDADE

1 - Leia os documentos acima, e depois explique onde estão os direitos e os deveres do povo, em cada um:

2 - Quais as semelhanças e diferenças, entre esses documentos?






domingo, 26 de fevereiro de 2012

Texto 3 - Primeiros Anos

As Sociedades Hidráulicas e o Modo de Produção Asiático (Parte I)

Observe as imagens abaixo:




Lakshmi - Deusa da Fertilidade e Prosperidade Indiana


Agricultores Chineses na Atualidade

Você deve ter notado que as imagens retratam três lugares diferentes: o Egito, a Índia e a China. E que, apesar das diferenças, as três apresentam uma semelhança: a agricultura. É porque dizemos que ali se desenvolveram as Sociedades ou Civilizações Hidráulicas. Elas recebem esse nome justamente por terem se desenvolvido às margens de grandes rios: Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Indo (Índia) e Huang-Ho/Amarelo (China).

O Crescente Fértil

Observe a imagem abaixo:


Ela mostra a região da Terra conhecida como Crescente Fértil. A imagem à esquerda é do Google Maps (Satélite) e a da direita é a representação gráfica e artística. Por ela, podemos perceber que esse nome (Crescente Fértil) foi dado, porque a região "parece" com uma Lua Crescente, e também porque é uma região extremamente fértil. Ali se desenvolveram as primeiras civilizações da Antiguidade, no Egito (esquerda) e na Mesopotâmia (direita).

1) Egito: a civilização egípcia se desenvolveu às margens do Rio Nilo, que tem mais de 6.800 Km de extensão. No início, as comunidades eram independentes, chamadas de nomos e governadas pelos nomarcas. Segundo a tradição, foi Menés que unificou as regiões do Alto e Baixo Egito, dando início à Primeira Dinastia (cerca de 3150 a.C.). A Capital do Antigo Império era Mênfis. Por isso, também chamamos a esse período de Império Menfita. O Antigo Império durou até 2400 a.C. Foi nessa época que foram construídas as Grandes Pirâmides de Quéops (Khufu), Quéfren (Kahf-re) e Miquerinos (Menkaure), todas de 2500 a.C. (Na Quarta Dinastia), aproximadamente. Abaixo, mapa ilustrado do Egito:


Em seguida, teve início o Médio Império (2040 a 1580 a.C.). A capital se deslocou para Tebas, e teve início a conquista da Núbia (Sul). Essa época também é chamada de Primeiro Império Tebano, e teve fim com a conquista do Egito pelos hicsos, povo semita que se estabeleceu no Delta do Nilo e construiu a cidade de Avaris. Os hicsos introduziram, no Egito, a utilização do cavalo e do ferro.


Finalmente, em 1580 a.C. teve início o Novo Império, que durou até 1085 a.C., também chamado de Segundo Império Tebano. Nessa fase, os hicsos foram expulsos e Tebas voltou a ser a capital do Império. A mais famosa Dinastia egípcia, a Décima Oitava, é desse período. Dela fazem parte os faraós Tutmés I e Tutmés II (pai e filho), a Rainha Hatchepsut (filha de Tutmés I e meia-irmã de Tutmés II, reinou vestida de homem e trouxe prosperidade ao Egito), Tutmés III (o "Napoleão do Egito"), Akhenaton (esposo de Nefertiti, instituiu o monoteísmo, durante o seu Governo) e Tutankhamon (túmulo descoberto por Howard Carter, em 1922, cem anos depois de Champolion descobrir a Pedra de Rosetta). Abaixo, a Máscara Mortuária de Tutankhamon:


Na Décima Nona Dinastia, viveu Ramsés II, que ordenou a construção do complexo de Abu-Simbel (foto abaixo) e travou a Batalha de Kadesh, contra os Hititas.


A Vigésima Sétima Dinastia foi criada por Cambises II, rei persa, que conquistou o Egito (530 a.C.). Dessa Dinastia também fizeram parte Dario I e Xerxes I. Abaixo, Mapa do Império Persa, nessa época:


Como sabemos, os persas tentaram invadir a Grécia, mas não tiveram êxito. Tempos depois, Alexandre, O Grande, fez o caminho inverso: conquistou o Egito (332 a.C.) e acabou com o Império Persa. Em seu lugar, criou o Império Macedônico (mapa abaixo):

Assim, acabou a História do Antigo Egito...

2) Mesopotâmia: essa região foi chamada assim pelos gregos, porque situa-se entre dois rios (Tigre e Eufrates). "Meso" significa "meio" e "potamos" significa "rio". A antiga Mesopotâmia chama-se, atualmente, Iraque (palavra que pode significar "cidade", "fértil" ou "planalto"). Veja, abaixo, o Mapa da Mesopotâmia:


Diferente do Egito, a Mesopotâmia foi habitada por diversos povos, que lutaram entre si pelo domínio da região, durante muito tempo. Os mais antigos foram os Sumérios, que construíram seus centros urbanos (Ur, Uruk, Kish e Eridu, por exemplo), cerca de 4.000 a.C. Eles desenvolveram a escrita cuneiforme (diferente dos hieróglifos egípcios), construíram os zigurates (templos piramidais) e desenvolveram a astronomia, astrologia e matemática. Abaixo, representação artística de uma cidade suméria:


Foi analisando os processos de irrigação e urbanização da Suméria, que o arqueólogo australiano Vere Gordon Childe (1892/1957) criou a expressão "Revolução Urbana" e "Revolução Neolítica", nos anos 40. Ele caracterizou a ideia de civilização, usando dez critérios:


1- Maior densidade demográfica 
2- Especialização do trabalho 
3- Produção de excedente agrícola 
4- Construções impressivas 
5- O surgimento de uma classe dominante 
6- Surgimento da escrita 
7- Elaboração de ciências exatas 
8- Estilos sofisticados de arte 
9- Comércio exterior regular 
10- Existência do Estado


Vale lembrar que as cidades sumérias eram cidades-Estado, isto é, eram independentes. Cada uma tinha suas próprias leis e líderes. Um desses líderes tornou-se lendário: Gilgamesh, de Uruk, tem sua vida e história contada na Epopéia de Gilgamesh. Na ilustração abaixo, vemos Gilgamesh, Humbaba e Enkidu (figuras lendárias):




Em 2350 a.C., um rei semita, chamado Sargão, conquistou a Suméria, dando início ao Império Acadiano. Diz a lenda que ele foi colocado por sua mãe num cesto, e criado por um pastor. Um neto seu, chamado Naram-Sin, se intitulou "Rei dos Quatro Cantos do Mundo". Observe abaixo, a Estela de Naram-Sin, onde ele aparece maior que os deuses:




Essa foi mais uma das características do Modo de Produção Asiático que teve início em 2500 a.C., na Idade Antiga (Antiguidade), caracteriza os primeiros Estados surgidos na Ásia OrientalÍndiaChina Egito. A agricultura, base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. Na verdade, esses camponeses (ou aldeões) tinham acesso à coletividade das terras de sua comunidade, ou seja, pelo fato de pertencerem a tal comunidade, eles tinham o direito e o dever de cultivar as terras desta. Eles eram dominados por líderes (faraó no Egito, Rei ou Imperador na Mesopotâmia, Índia e China), que eram considerados deuses ou filhos dos deuses (Teocracia). Para ajudar esses líderes, havia a classe dos sacerdotes, geralmente poderosa, e a nobreza, que se apropriava do excedente agrícola, deixando o povo sempre dependente.

Por volta de 1800 a.C., um outro povo começou a se destacar: os babilônios. O Rei Hamurábi, sexto rei babilônico, dominou a Suméria e a Acádia, e toda a região passou a ser chamada de Babilônia. No mapa abaixo, você pode ver a Suméria em azul e a Babilônia em verde:


Hamurábi criou o primeiro código (ou códice) de leis da História, que ficou conhecido como Código de Hamurábi ou Lei de Talião ("olho por olho, dente por dente"). Abaixo, a pedra onde se encontra o Código. No alto, vemos Hamurábi "recebendo" as leis do deus Shamash:




Outra obra atribuída a Hamurábi são os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das Sete Maravilhas da Antiguidade (as Pirâmides de Gizé são outra das Sete). Abaixo, as Sete:




1 - Farol da Alexandria (no Egito);
2 - Templo de Ártemis, em Éfeso (atual Turquia);
3 - Estátua de Zeus, em Olímpia (Grécia);
4 - O Colosso de Rodes, na Grécia;
5 - Jardins Suspensos da Babilônia;
6 - Mausoléu de Halicarnasso;
7 - Pirâmides do Egito.


Após a morte de Hamurábi, a região passou por um período de desagregação, entre 1590 e 1000 a.C., quando cassitas, elamitas, hititas, mitanianos e assírios passaram por ali. Os mais agressivos foram, sem dúvida, os assírios, que praticavam crueldades, até mesmo com os prisioneiros, 




Em 612 a.C., o rei caldeu Nabopolassar derrotou os assírios, e criou o Império Caldeu, ou Segundo Império Babilônico. Seu filho, Nabucodonosor II, ampliou o Império até a Palestina, derrotando os judeus e  invadindo Jerusalém (Cativeiro da Babilônia). Mas em 539 a.C., acaba esse Império, após a derrota para Ciro, o Grande, da Pérsia...Abaixo, desenho imaginário dos Jardins Suspensos da Babilônia:




Atividade


- Resolva o "Jogo da Forca Cruzada" e grave os conteúdos:


Pistas:


1 - uma Civilização Hidráulica:
2 - uma das Grandes Pirâmides:
3 - capital do Médio Império Egípcio:
4 - povo que "ensinou" os egípcios a usar o cavalo e o ferro:
5 - estudioso que decifrou a linguagem egípcia, usando a Pedra de Rosetta:
6 - Abu-Simbel foi construída durante o Governo de...
7 - Dario I e Xerxes I fizeram parte da 27ª.........
8 - "Terra entre rios":
9 - Grande líder macedônico:
10 - Um dos rios da Mesopotâmia:
11 - Primeira civilização mesopotâmica:
12 - Criou a teoria da "Revolução do Neolítico":
13 - O Egito e a Mesopotâmia praticaram o Modo de Produção...
14 - Governo "dos deuses":
15 - Em Curitiba, existem bibliotecas que foram inspiradas no Farol de...


Agora, responda, sem demora: qual a palavra que aparece na vertical? Responda corretamente, antes que a múmia te pegue!




segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Texto 2 - Terceiros Anos


Brasil - Transição do Império à República



Para compreendermos como se deu a transição do período Imperial paro o Republicano, temos que analisar o que significa República




Etimologicamente falando, esta quer dizer “coisa pública”, desencadeando em um governo que tenha a participação do coletivo. Ela também possui uma conotação que contesta o poder de uma só pessoa, o qual não é legitimado pelo povo, tecendo assim uma crítica à Monarquia




O respeito às leis e a devoção do indivíduo à coletividade corresponde às principais bases dessa nova forma de governo. As pessoas não estariam mais subordinadas ao arbítrio do monarca, mas sim a um corpo de leis, materializado na Constituição




Essa nova forma de governo vem na maioria das vezes acompanhada do Federalismo. Essa ideia não surgiu repentinamente, mas ela já estava presente no Império. O Federalismo era considerado por muitos como pressuposto para manutenção da união nacional e da homogeneidade política. Com esse sistema de repartição de competências era possível manter o controle sobre todo o território nacional e, o mais importante, manter o sistema político. 




O império foi abalado por muitas revoltas separatistas por causa da centralização do poder, e os federalistas se apoiavam nesse fato para defenderem esse sistema. Essa ideia de Republica e de federalismo influenciou as relações entre Estados, pois se havia autonomia dentro do próprio território nacional, os países teriam a sua soberania garantida. Por esse motivo, desde a primeira Constituição Republicana (1891), o Brasil adota a solução pacífica dos conflitos entre os Estados. Ainda dentro do prisma das características inerentes à República, temos a ideia do bem público. Sendo assim, os bens que pertencem ao Estado, são de todos os cidadãos, não pertencendo mais a uma só pessoa, que na Monarquia era a figura do rei. 




Nesse sistema, possui grande importância a figura do direito. Este tem o intuito de impedir a violência e o arbítrio do Estado contra o povo. O corpo de leis limita o poder estatal na República, diferentemente do poder ilimitado que o soberano possuía diante das pessoas. Essas leis deveriam levar em consideração a cidadania, visto que o povo passa a ser o ator principal nesse novo sistema. 




Para se compreender a República, é necessário se reportar ao período imperial. Foi lá que começou a surgir uma efervescência de ideias republicanas e federalistas em alguns setores da população. Somando-se a esse fator, temos que a Monarquia não mais representava os interesses da sociedade. Havia também muitas críticas à prevalência de um único poder absoluto. Essa nova forma de Governo veio contrapor a monarquia hereditária com o poder da vontade coletiva. Esse poder da vontade coletiva estava sedimentado, pelo menos em tese, pela Constituição. Também era necessário que fosse construído um universo simbólico para construir a noção republicana diante das pessoas. Dentro desse universo, temos as comemorações que construíram a memória sobre uma revolução para construir a identidade da nação. Além disso, datas, símbolos e personagens também foram utilizados para formar a noção de República com as pessoas. 




A formação dessa memória nacional ocorreu de maneira a relegar a um segundo plano as memórias individuais, levando em consideração a memória coletiva dominante. Por esse motivo, há uma seletividade das memórias em relação à formação das ideias republicanas.


Fonte: http://bloghistoriadores.blogspot.com/ - 17/03/2011


proclamação da República ocorreu no Rio de Janeiro, então capital do país, em 15 de novembro de 1889 quando um grupo de militares, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, depôs o imperador D. Pedro II através de um golpe de estado.
A Primeira República Brasileira, conhecida como República Velha (1889-1930), pode ser dividida em dois períodos: a República da Espada (1889-1894), uma ditadura militar dos marechais Deodoro da FonsecaFloriano Peixoto; e a República Oligárquica (1895-1930), na qual predominou a chamada "Política do Café com Leite" que favorecia os interesses do setor agrário dos estados de São Paulo — o mais poderoso economicamente, principalmente devido à produção de café — e de Minas Gerais — o mais populoso na época e produtor de leite. A Constituição de 1891, fortemente inspirada na Constituição dos Estados Unidos da América, preconizou, desde logo, um regime de governo presidencialista e adotou a designação oficial de "Estados Unidos do Brasil".
Getúlio Vargas: presidente do Brasil durante 18 anos (1930-45 e 1951-54).
Na década de 1920 o país foi assolado por diversas rebeliões, o que enfraqueceu o regime e permitiu a ascensão de Getúlio Vargas à presidência, através de um golpe, dando início à chamada Era Vargas (1930-1945). Getúlio Vargas começou por fechar o Congresso Nacional, abolir a Constituição e governar com poderes de emergência. A pretexto de proteger o país da intentona comunista, reforçou ainda mais os seus poderes, instaurando uma ditadura a que chamou Estado Novo, regida pela Constituição de 1937 que concentrou os poderes Executivo Legislativo nas mãos do Presidente da República. A vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial — ao lado dos quais o Brasil se tinha colocado — e o consequente fim dos regimes nazifascistas na Europa, precipitaram a queda de Vargas.
O restabelecimento da Democracia e a eleição do general Eurico Gaspar Dutra para presidente, em 1946, inauguraram um período conhecido como República Nova ou Populista. Vargas voltou ao poder em 1951, desta vez, democraticamente eleito, mas foi incapaz de governar num ambiente democrático, suicidando-se em 1954. Vários governos provisórios se sucederam nos anos subsequentes, até à eleição de Juscelino Kubitschek, em 1956. Este assumiu uma postura conciliadora em relação à oposição, o que lhe permitiu governar com certa estabilidade. A economia, em particular o setor industrial, cresceu consideravelmente, inaugurando-se, em 1960, uma nova capital, Brasília. Para permitir a posse do vice-presidente, João Goulart, em setembro de 1961 foi instaurado o semipresidencialismo no Brasil. Foi, no entanto, uma curta experiência que terminaria a 6 de janeiro de 1963, num plebiscito nacional no qual 80% dos votantes optaram pelo regresso ao presidencialismo. No ano seguinte, novo golpe de estado pôs termo à presidência de Goulart, resultando num regime militar de matiz ditatorial, também conhecido como Quinta República. Após as presidências de Castelo Branco, Costa e Silva e Médici, o general Ernesto Geisel, que assumiu a presidência em 1974, começou um lento processo de redemocratização, só concluído pelo seu sucessor, o general João Figueiredo. Com a Constituição de 1967, o país adota a designação oficial de "República Federativa do Brasil" que perdura até hoje.
Os civis voltaram ao poder em 1985, quando José Sarney assumiu a presidência, inaugurando a Nova República ou Sexta República. Sob o seu governo foi promulgada a Constituição de 1988, que institui um Estado de direito e uma república presidencialista. A crise econômica e a incontrolável inflação permitiram a eleição, em 1989, do quase desconhecido Fernando Collor, deposto em 1992. Sucedeu-lhe Itamar Franco e, a este, Fernando Henrique Cardoso, autor do bem sucedido Plano Real, que trouxe estabilidade à economia brasileira. A transição pacífica de poder para Luís Inácio Lula da Silva, eleito em 2002 e reeleito em 2006, reforçou a estabilidade política do Brasil e o seu prestígio internacional, a ponto dele indicar uma mulher para sucedê-lo:  Dilma Rousseff .