segunda-feira, 5 de março de 2018

CONTRA A DITADURA

A morte da atriz Tônia Carrero, aos 95 anos, me fez lembrar essa foto, dos Anos 60:
Nela, podemos ver as então jovens atrizes Eva Todor (1919/2017), Tônia Carrero (1922/2018), Eva Wilma (1933/), Leila Diniz (1945/1972), Odete Lara (1929/2015) e Norma Bengell (1935/2013), em passeata, contra a Ditadura.
Primeiramente, mulheres (num país machista, década de 60, quando os costumes ainda eram mais severos que os de hoje, na rua, exigindo que a Democracia retornasse, inclusive nos palcos de todo o país;
Em seguida, artistas, de televisão, teatro e cinema, que era chamadas de prostitutas, por causa de sua arte, que era (e é) o de representar outras pessoas, e inclusive beijar outros homens, além do seu. A indignação que elas causavam, não era idêntica a de ver homens beijando outras mulheres que não as "suas";
Em terceiro lugar, o fato de que protestavam pelo direito de apresentar todo e qualquer espetáculo, sem que a Censura e o Governo tivessem que "liberar" ou não. A Revista VEJA dessa semana, mesmo sendo de direita, como muitos dizem, trouxe um texto em que diz que o professor de Brasília que resolveu criar um curso intitulado "O Golpe de 2016", tem o direito de fazê-lo, mesmo com o Ministro da Educação tentando, de todas as formas, impedi-lo.
Porque arte, cultura, entretenimento, num país democrático, não podem "pertencer" a um grupo. Eu não gosto de determinada música, problema é meu. Se não gosto de um assunto, não entro na conversa, e deixo quem quer que ouça, veja, opine, etc. O que não pode, é impedir a arte ou a cultura, principalmente em locais fechados.
Mas, neste país, parece que as coisas vão para trás. Triste deve ser essas atrizes, há 50 anos, lutando pela democratização da cultura, e agora ver tudo "desandar". Pena que a maioria já morreu...


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