sábado, 25 de abril de 2020

ATIVIDADE 2 - NONO F

Bom dia a todos! Agora que vimos um pouco sobre a Proclamação da República, vamos compreender melhor esse período da História do Brasil!

O primeiro período da República, no Brasil, começou em 1889 e terminou em 1930. Esses 41 anos de História são chamados de República Velha! Abaixo, os Presidentes desse período:


Vamos conhecer um pouco mais sobre eles:

1) Manuel Deodoro da Fonseca (1827/1892): o primeiro Presidente brasileiro era alagoano, militar (do Exército) e renunciou ao cargo, em 1891, ficando apenas 2 anos no cargo (1889 a 1891). Em 1891, foi promulgada a segunda Constituição brasileira, e primeira republicana;

2) Floriano Vieira Peixoto (1839/1895): era Vice de Deodoro, mas articulou para tirá-lo da Presidência, com a Primeira Revolta da Armada (1891). Depois, quando ocorreu a Segunda Revolta da Armada (1893) e a Revolução Federalista (1893 a 1895), acabou com ambas, ganhando o apelido de "Marechal de Ferro". Era alagoano e militar,como Deodoro. Ficou três anos no cargo (1891 a 1894);

Observação: já vimos que o período em que Deodoro e Floriano governaram (1889 a 1894) ficou conhecido como República da Espada, pelo fato dos dois serem militares, e a espada ser a arma do Exército, na época; então, podemos afirmar que, durante cinco anos, o Brasil foi governado pelos militares.

Depois desses cinco anos, os fazendeiros escolheram o próximo Presidente:

3) Prudente José de Morais Barros (1841/1902): paulista, advogado e membro do PRP (Partido Republicano Paulista, fundado em 1873), Prudente pacificou a Revolução Federalista, mas enfrentou a Revolta de Canudos (1896 a 1897). Ficou quatro anos no cargo, de 1894 a 1898;

4) Manuel Ferraz de Campos Sales (1841/1913): paulista e advogado e membro do PRP, Campos Sales pegou um país endividado, mas conseguiu reduzir as dívidas, com uma boa dose de sacrifício. Governou durante quatro anos, de 1898 a 1902;

5) Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848/1919): paulista, advogado e membro do PRP, Rodrigues Alves tornou-se famoso, na Presidência, pelas reformas que fez na Capital Federal, que na época era a cidade do Rio de Janeiro. Ficou quatro anos no cargo, de 1902 a 1906, e ainda enfrentou a Revolta da Vacina (1904);

As Mudanças no Rio de Janeiro

Quando foi eleito, Rodrigues Alves decidiu mudar a "cara" da Capital e, para isso, nomeou Francisco Pereira Passos (1836/1913) para a Prefeitura e o médico sanitarista Osvaldo Gonçalves Cruz (1872/1917) para Diretor da Saúde Pública. Assim, Pereira Passos começou a demolir velhos casarões e cortiços, abrindo largas avenidas e mudando a cara do centro do Rio, enquanto Osvaldo Cruz combatia as principais doenças da cidade, como febre amarela e varíola, fazendo ampla campanha de vacinação.
Mas, naquela época, as pessoas não estavam habituadas a ser vacinadas, e houve muita revolta, ampliada pela oposição, através de jornais e revistas. O resultado foi a Revolta da Vacina, que durou de 10 a 16 de Novembro de 1904. Mas, apesar dos protestos, essa administração conseguiu fazer grandes mudanças, na cidade.





LISTA DAS IMAGENS:

a) uma rua do Rio, sendo modificada pelo Prefeito Pereira Passos;

b) um cortiço (casarão onde viviam diversas famílias, em pequenos espaços);

c) um bonde (meio de transporte da época), virado pelos revoltosos, em 1904;

d) uma ilustração de revista da época, mostrando a Revolta da Vacina.

Continuando a lista de Presidentes:

6) Afonso Augusto Moreira Pena (1847/1909): mineiro, advogado e membro do PRM (Partido Republicano Mineiro, fundado em 1888), Afonso Pena foi eleito pela "política do café com leite", mas incentivou a construção de ferrovias e interligou a Amazônia e o Rio de Janeiro, com fios telegráficos (obra do Marechal Cândido Rondon). Ficou apenas três anos no cargo (de 1906 a 1909), vindo a falecer ainda na Presidência;

A POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE

Na República Velha, os principais produtos brasileiros eram o café (de São Paulo) e o gado leiteiro (de Minas Gerais). Assim, esses dois estados "davam as cartas", na política: uma vez, o Presidente seria escolhido pelos paulistas do PRP e na outra, pelos mineiros do PRM. E os outros estados tinham que se conformar com essa situação (ou não).


7) Nilo Procópio Peçanha (1867/1924): era natural do Estado do Rio de Janeiro, advogado e membro do PRF (Partido Republicano Fluminense, fundado em 1888), Nilo Peçanha foi Vice de Afonso Pena, e assumiu o cargo quando Afonso morreu, em 1909. Ficou apenas um ano no cargo (entre 1909 e 1910), mas marcou a História do Brasil, pois foi o primeiro Presidente mulato (ou moreno ou afrodescendente) do Brasil;


8) Hermes Rodrigues da Fonseca (1855/1923): militar gaúcho, sobrinho de Deodoro da Fonseca, Hermes da Fonseca pertencia ao PRC (Partido Republicano Conservador, criado em 1910 e contrário à Política do Café com Leite), e sua vitória deu uma pausa no poder dos fazendeiros (República Oligárquica). Ele ficou no cargo durante quatro anos (de 1910 a 1914), e seu período foi marcado por sua esposa.

NAIR DE TEFFÉ

Hermes da Fonseca casou-se com Orsina da Fonseca (1859/1912) em 1877, quando ele tinha 22 anos e ela tinha 18. O casal viveu muitos anos felizes, e teve cinco filhos. Mas, em 1912, Dona Orsina faleceu, e o Presidente Hermes da Fonseca decidiu casar-se novamente. Dessa vez, a escolhida foi a jovem Nair de Teffé von Hoonholtz (1886/1981). Quando se casaram, em 1913, ele tinha 58 anos e ela tinha 27.
Nair era uma jovem educada, que viajara muito, e era pintora, caricaturista (a primeira mulher caricaturista do mundo), atriz e pianista. Era moderna, não tinha preconceitos e, por isso mesmo, recebeu sua amiga Chiquinha Gonzaga (1847/1935) no palácio do governo, onde tocaram músicas, como o Corta Jaca.
O problema é que, naquela época, a sociedade brasileira era muito preconceituosa, e o fato de Chiquinha Gonzaga, um mulher separada, tocar no palácio, e Nair acompanhá-la ao violão (considerado inadequado para damas da sociedade) e ainda mais um maxixe, um tipo de música cuja dança era considerada imoral, afetou os homens daquele tempo.
No dia seguinte, o Senador Ruy Barbosa, discursou no Senado, ofendido com o fato:

Uma das folhas de ontem estampou em fac-símile o programa de recepção presidencial em que, diante do corpo diplomático, da mais fina sociedade do Rio de Janeiro, aqueles que deviam dar ao país o exemplo das maneiras mais distintas e dos costumes mais reservados elevaram o "Corta-jaca" à altura de uma instituição social. Mas o "Corta-jaca" de que eu ouvira falar há muito tempo, o que vem a ser ele, sr. Presidente? A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba. Mas nas recepções presidenciais o "Corta-jaca" é executado com todas as honras da música de Wagner, e não se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade se ria!

A Primeira Dama Nair de Teffé nem se irritou: apenas fez um desenho dele, que foi publicado nos jornais do Rio, e assinou Rian (Nair ao contrário):





LISTA DAS IMAGENS:

a) o casamento do Presidente Hermes com Nair de Teffé, em 1913;

b) um retrato da jovem Nair;

c) um retrato da compositora Chiquinha Gonzaga;

d) a caricatura que Nair fez, do Senador Ruy Barbosa.

Hoje, vamos parar por aqui! Na próxima Atividade, iremos ver mais Presidentes! Agora, as questões:

ATIVIDADES

1) Pesquise o que foi a Revolução Federalista, e qual o papel do paranaense Ildefonso Pereira Correia (1849/1894), nela:

2) No texto, você deve ter percebido que, naquela época, as pessoas tinham medo de vacina, achavam que as mulheres não deviam fazer coisas como tocar violão, que era estranho um afrodescendente na Presidência, entre outras coisas. E o Brasil de hoje, mudou muito ou não? Justifique a sua resposta:

3) Abaixo, algumas palavras, retiradas do texto. Pesquise e escreva os seus significados:

* Constituição:

* cortiço:

* oligarquia:

* caricatura:

* maxixe:

4) Na Atividade 4, vamos pensar em famílias: o Presidente Hermes da Fonseca era sobrinho de Deodoro da Fonseca (o primeiro Presidente), foi casado com Dona Orsina, teve cinco filhos, e depois que ficou viúvo, casou-se novamente, com uma mulher mais jovem, que era amiga de Chiquinha Gonzaga (afilhada de Deodoro da Fonseca)! As famílias, há cem anos, eram diferentes de hoje? Veja, abaixo, um quadro de 1891, do pintor Almeida Júnior (1850/1899) e compare com a foto de uma família de 2018. Escreva o que tem de diferente e parecido, entre elas:











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