terça-feira, 19 de maio de 2020

ATIVIDADE 4 - NONO F

AS REVOLTAS DA REPÚBLICA VELHA

No Período de 1889 a 1930, houveram muitas revoltas, pelos mais diversos motivos:

1) Primeira Revolta da Armada (1891): durante o Governo de Deodoro da Fonseca (1889 a 1891), houve forte oposição do Congresso e da população até que, em Novembro de 1891, o Presidente mandou fechar o Congresso, censurou a imprensa e impôs um estado de sítio ao país. Em resposta, a Marinha, sob a liderança dos almirantes Custódio José de Mello (1840/1902) e Luís Filipe Saldanha da Gama (1846/1895), ameaçou bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso Deodoro não renunciasse. Assim, o primeiro Presidente do Brasil renunciou, em 23 de Novembro daquele ano.


2) Segunda Revolta da Armada (1893 a 1894): quando Deodoro renunciou, a presidência foi ocupada por seu Vice, Floriano Peixoto. Segundo a Constituição, se o Governo não tivesse completado dois anos, o Vice deveria marcar novas eleições, e Floriano não fez isso. Assim, os almirantes Custódio de Mello, Saldanha da Gama e Eduardo Wandelkolk (1838/1902) organizaram a Segunda Revolta da Armada, para forçar Floriano a renunciar. Mas ele foi mais rápido e, com ajuda de navios vindos dos Estados Unidos, derrotou os revoltosos, em 1894.

3) Revolução Federalista (1893 a 1895): foi uma revolta que teve início no Rio Grande do Sul, colocando em lados opostos os Maragatos (liderados por Gaspar da Silveira Martins e Gumercindo Saraiva) e os Pica-Paus (liderados por Júlio de Castilhos). Júlio de Castilhos (1860/1903) estava ao lado de Floriano Peixoto, e era Governador do Rio Grande do Sul. Gaspar da Silveira Martins (1835/1901) era a favor do Parlamentarismo, mas Castilhos convenceu Floriano que os maragatos queriam a volta da Monarquia. Assim, começou a batalha, que se estendeu por Santa Catarina e Paraná, no episódio do Cerco da Lapa (1894). Além disso, um paranaense ilustre foi covardemente assassinado na Serra do Mar, por tropas do Governo: Ildefonso Pereira Correia (1849/1894), o Barão do Cerro Azul. Floriano venceu os revoltosos, e ganhou o apelido de Marechal de Ferro.



4) Revolta da Vacina (10 a 16 de Novembro de 1904): essa revolta ocorreu durante o Governo de Rodrigues Alves (1902 a 1906). Como já vimos, o Presidente queria modernizar a capital brasileira, que era a cidade do Rio de Janeiro, e mandou construir prédios, abrir avenidas e combater doenças. Mas, a oposição aproveitou-se do medo que a população tinha da vacina, que nunca havia acontecido, e instigou essa Revolta, que teve destruição de bondes e intervenção da polícia, para manter a ordem. 



5) Revolta da Chibata (1910): até 1910, os marinheiros brasileiros eram, em sua maioria, negros e mulatos ou mestiços, e eram punidos com chibatadas (chicotadas). Liderados pelo marinheiro João Cândido Felisberto (1880/1969), apelidado de Almirante Negro, cerca de 2 mil marinheiros se revoltaram, até que os castigos corporais fossem banidos. Curiosamente, essa revolta ocorreu logo após o término da presidência de Nilo Peçanha, que também era mestiço.



6) Greve de 1917: muitos dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil eram anarquistas. Anarquistas eram pessoas que eram contrárias a todo tipo de governo ou dominação. Em 1917, eles lideraram uma grande greve em São Paulo, que durou um mês. Foi a primeira grande greve brasileira, por melhores salários e condições de trabalho, e ficou pior quando o operário espanhol José Martinez (1896/1917) foi morto pela polícia. Acredita-se que mais de 70 mil trabalhadores pararam.



Além dessas revoltas isoladas, houveram movimentos, que são revoltas por motivos semelhantes:

MOVIMENTOS MESSIÂNICOS

Movimentos Messiânicos são movimentos sociais que apresentam em sua origem forte aspecto religioso, em especial a esperança de ver reproduzido na Terra um reino divino, marcado pela bonança e a felicidade. Por isso o nome remete à ideia do messias, esperando pelos judeus para redimir a humanidade. Na República Velha, ocorreram dois movimentos messiânicos:

7) Guerra de Canudos (1896 a 1897): Antônio Vicente Mendes Maciel (1830/1897) era um desertor do exército que era chamado de Antônio Conselheiro. Ele andava pelo sertão nordestino, pregando a palavra de Deus e conquistando cada vez mais seguidores. Em 1893, ele determinou que fosse criada uma vila, no Arraial de Canudos, na Bahia. A vila foi batizada de Belo Monte, e chegou a ter milhares de habitantes. Antônio Conselheiro era o líder da vila, que era contrária à República e não aceitava pagar impostos. Assim, em 1896, o Governo da época (Prudente de Morais) ordenou que o exército destruísse Belo Monte. Em dois anos, os soldados mataram milhares de pessoas e calcula-se que o número de mortos chegou a 25 mil. Conselheiro morreu antes do fim de Belo Monte. Abaixo, imagens de Antônio Conselheiro e dos sobreviventes de Canudos.


Curiosidade: os soldados que lutaram em Canudos, foram para o Rio de Janeiro, receber pelo "serviço". Mas não receberam nada, e foram morar num morro, que chamaram de Morro da Favela. Favela era o nome de uma planta que existe na Bahia, na região de Canudos. E passou a denominar todas as favelas do Rio e do Brasil que se parecem com Belo Monte...





8) Guerra do Contestado (1912 a 1916): essa Guerra aconteceu numa região disputada (contestada) pelo Paraná e por Santa Catarina. Como esses dois estados disputavam a região, ela era considerada "terra de ninguém", enquanto não fosse decidida a disputa. E, as pessoas que viviam ali, não tinham nenhuma assistência do Governo. Desesperançadas, as pessoas começaram a seguir o "monge" João Maria de Agostini (1801/1869). Depois, seguiram o "monge" João Maria de Jesus, entre 1886 e 1908. Eles eram tão semelhantes, que havia quem dissesse que os dois eram uma pessoa só, e "santa". Mais tarde, em 1911, surgiu o terceiro "monge": José Maria de Santo Agostinho, um ex-militar. Foi nessa época que começaram a construir uma estrada de ferro (da empresa Southern Brazil Lumber and Colonization Company, do empresário Percival Farquhar), que passaria bem na região "contestada". Os seguidores do "monge" iniciaram a Guerra, que durou quatro anos, e onde o Governo usou, pela primeira vez, aviões. O resultado foi terrível: entre 5 e 8 mil colonos foram mortos, e o exército perdeu cerca de mil soldados. Após a morte do "monge" José Maria (1889/1912), os combatentes ainda foram comandados por uma mulher, chamada Maria Rosa (considerada uma Joana D'Arc) e por Adeodato Manoel Ramos







MOVIMENTO TENENTISTA OU TENENTISMO

Durante o Governo de Afonso Pena, quando Hermes da Fonseca era Ministro da Guerra, foi criado o Serviço Militar Obrigatório (1906). Mas ele foi efetivado durante a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918). Assim, um grande número de soldados foi elevado a cabos, sargentos e tenentes, nos Anos 20. Esses tenentes tinham mais estudo e percebiam a situação em que a população brasileira se encontrava, e começaram a agir, contra a Política do Café com Leite. As revoltas tenentistas foram:

9) Revolta dos 18 do Forte (1922): o ex-Presidente Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro da Fonseca, era muito querido pelo exército, por ter criado o Serviço Militar Obrigatório. E, em 1921, foi eleito para a presidência do Clube Militar, no Rio de Janeiro. E, nesse cargo, desentendeu-se com o Presidente Epitácio Pessoa, vindo a ser preso. Indignados, os militares do Forte de Copacabana se revoltaram, afirmando que não se renderiam às forças do Governo. Finalmente, dezessete militares e um civil desfilaram pela Avenida, em Copacabana, onde foram fuzilados, sobrevivendo apenas dois: os tenentes Eduardo Gomes (1896/1981) e Antônio de Siqueira Campos (1898/1930).


10) Revoltas de 1924: durante o Governo de Artur Bernardes, os militares de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Amazonas fizeram novas revoltas. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, roubaram armas e fugiram, indo se encontrar em Foz do Iguaçu, no Paraná. Os líderes foram Isidoro Dias Lopes (1865/1949), Miguel Costa (1885/1959) e Juarez Távora (1898/1975) em São Paulo, e Luís Carlos Prestes (1898/1990), no Rio Grande do Sul.

Tenente Miguel Costa

Tenente Luís Carlos Prestes

11) Coluna Prestes (1924 a 1927): após se reunirem em Foz do Iguaçu, os militares formaram a Coluna Prestes: entre 1925 e 1927, 1500 homens e 50 mulheres percorreram mais de 25 mil quilômetros (13 estados), tentando mostrar para a população como se revoltar contra a política do Café com Leite e acabar com aquela república onde o povo não via melhorias. Foram perseguidos o tempo todo, e terminaram a Coluna em 1927, fugindo para a Bolívia.


ATIVIDADES

1) Primeiramente, vamos criar uma Tabela, como o modelo abaixo e preencher os dados (as informações estão no texto:

2) Agora, responda:

a) Onde foram usados aviões, pela primeira vez, no Brasil? R:________________________

b) Favela era o nome do quê? R: __________________________

c) os militares da Coluna Prestes fugiram para qual país? R: _____________________

d) Quem era o médico que "provocou" a Revolta da Vacina? R: __________________

e) quais estados "contestavam" terras, no início do Século XX? R: _____________________

3) Por que chamamos os movimentos de Messiânicos e Tenentistas?

a) Messiânicos:

b) Tenentistas:

4) Nos textos sobre a República Velha, você leu várias coisas relacionadas a Hermes da Fonseca. Agora, crie uma biografia dele, conforme o que leu:



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