Esse era o Império Romano, antes da divisão.
Aqui, vemos como ele ficou, depois que foi dividido, em 395 d.C.
Observe que, onde era o Império Romano do Ocidente (à esquerda, no mapa), surgiram os Reinos Bárbaros: vândalos (na África), visigodos (onde hoje é Portugal e Espanha), suevos (onde hoje é Portugal), francos (atuais França e Alemanha), burgúndios (Europa Central), ostrogodos (Itália), anglos e saxões (atual Inglaterra). E o Império Romano do Oriente passou a chamar-se Império Bizantino, e já vamos saber o porquê.
Esses novos Reinos uniram seus próprios costumes (Germanismo) aos costumes romanos (Romanismo) e ao Cristianismo:
Germanismo: três costumes dos povos germânicos merecem destaque: o comitatus (o líder tinha a lealdade de seus comandados e, em troca, deveria garantir os interesses deles, como questão de honra), a economia baseada na agricultura e na criação de animais e a sociedade estatizada (haviam os guerreiros, homens livres inferiores e escravos, e ninguém mudava seu status social);
Romanismo: entre os romanos, a escravidão entrou em declínio, no final do Império Romano. Assim, nas áreas rurais, foi se desenvolvendo o colonato: o proprietário das terras cedia espaços para os colonos plantarem e criarem animais e, em troca, recebiam parte da produção;
Cristianismo: como já vimos, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano. Quando os povos germânicos ocuparam as terras romanas, começaram a adotar essa religião, a fim de obterem poder e controle sobre as populações locais. Dessa forma, a Igreja tornou-se um poder cada vez maior.
Com essas mudanças, terminou a Idade Antiga ou Antiguidade, e teve início a Idade Média ou Medieval (476 a 1453).
Para fins de estudo, a Idade Média pode ser dividida em duas partes ou períodos:
a) Alta Idade Média (do Século V ao Século X);
b) Baixa Idade Média (do Século X ao Século XV).
A ALTA IDADE MÉDIA
Nesse período, desenvolveram-se três Impérios:
a) Império Bizantino: o Império Romano do Oriente foi criado em 395 (Século IV), e sua capital era Constantinopla. Quando o Império Romano do Ocidente chegou ao fim, em 476 d.C., a cultura grega passou a dominar a outra parte, e Constantinopla voltou a ter seu nome original: Bizâncio, que era uma cidade grega (lembra?). Assim, o Império passou a ser chamado de Bizantino, e continuou a ser governado por imperadores, durando mais mil anos (até 1453).
O Imperador bizantino mais famoso foi Justiniano (482/565), por ter organizado todas as leis romanas, no Código Justiniano, também conhecido como Corpus Juris Civilis. Ele casou-se com uma mulher do povo, Teodora (500/548), que o apoiou, quando houve uma grande revolta (Revolta de Nika ou Niké, 532). Abaixo, o casal imperial, feito em mosaico, que era uma arte muito utilizada, no Império Bizantino:
b) Império Carolíngio: entre os muitos povos que invadiram o Império Romano do Ocidente, no Século V, estavam os francos. Segundo a tradição, eles eram guiados por Meroveu (411/458) e o neto dele, Clóvis I (466/511), foi o primeiro rei. Assim, surgiu a Dinastia Merovíngia (481 até 751), a primeira dinastia de reis franceses. No início, os reis merovíngios guiavam seus exércitos e seu povo mas, com o tempo, foram passando essa função para seus ministros, chamados de Prefeitos do Palácio ou Majordomus.
Um desses prefeitos, Pepino de Heristal (635/715) tornou esse cargo hereditário. Assim, seu filho Carlos (690/741), o sucedeu. Carlos ficou famoso por derrotar os muçulmanos, na Batalha de Poitiers ou Batalha de Tours (732), e ganhou o apelido de Carlos Martel. Com a fama adquirida, Carlos passou a ter mais poder que o rei merovíngio. Assim, o filho de Carlos, Pepino, o Breve (714/768), destronou o último rei merovíngio, Childerico III, e passou a ser o novo rei, dando início à Dinastia Carolíngia (751 a 987).
O mais famoso Rei Carolíngio foi o filho de Pepino, o Breve: Carlos Magno (742/814). Ele expandiu o Reino Franco e incentivou a cultura (Renascimento Carolíngio). Nessa mesma época, o Império Bizantino parou de ajudar o Papa Leão III (750/816) contra seus inimigos, e ele teve uma ideia: convidou Carlos Magno para a Missa de Natal (Ano 800) e, durante a missa, declarou que ele era o novo Imperador do Ocidente e defensor da Igreja, colocando uma coroa em sua cabeça. Para Carlos Magno, esse ato significou um aumento em seu status, e para o Papa, agora havia um novo defensor. A tradição do Papa coroar o rei ou imperador durou de 800 até 1804 (mil anos). E o Reino Franco passou a ser chamado de Império Carolíngio.
c) Império Árabe: para compreendermos esse Império, temos que falar de Maomé (571/632). Ele viveu na cidade de Meca que, já na sua época, era um local de encontro de mercadores e peregrinos. Nessa cidade, havia a Caaba, uma grande construção, e dentro dela, a Pedra Negra e imagens de vários deuses (eles eram politeístas). Mas, em suas peregrinações, Maomé teria recebido uma mensagem divina, a Shahada ("Não há outro deus além de Allah, e Maomé é o seu profeta") e o Islã ("submissão a Allah"). Assim, Maomé começou a pregar essa religião monoteísta, o que incomodou os mercadores da cidade (se só existisse um deus, os devotos de outros deuses iriam embora, e o comércio seria prejudicado). Maomé foi ameaçado de morte, por suas ideias, e fugiu para Medina, uma cidade mais ao norte. Essa fuga (Hégira, em árabe) ocorreu no ano 622, considerado o Ano 1 do Islamismo.
Dez anos depois, Maomé retornou a Meca, com um exército de dez mil soldados, convertidos ao Islamismo. A pessoa que se converte a essa religião, fica conhecida como muçulmana e precisa obedecer as cinco regras básicas (cinco pilares do Islã).
Maomé morreu em 632, mas já começava a formar um Império, e seus seguidores deram continuidade, conquistando terras no atual Oriente Médio, no Norte da África (conhecido por Magreb) e na Península Ibérica (atuais Portugal e Espanha). Só na Europa, eles dominaram por cerca de sete séculos, chegando em 711 e ali ficando até 1492, quando foram expulsos pelos reis espanhóis. Veremos esses fatos futuramente.
QUESTÕES
1) Texto: redija um texto sobre o Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.), onde explique o início e o fim, os principais acontecimentos, principais personagens e o desenvolvimento do Cristianismo, e como ele tornou-se a religião oficial. Para isso, você pode rever as atividades anteriores, pesquisar em livros ou revistas, na Internet ou em seu livro didático. Mas, lembre-se: uma redação deve ser prática (sem enrolações), simples, clara e precisa!
2) A Europa Medieval foi formada por três elementos: Germanismo (costumes trazidos pelos bárbaros), Romanismo (costumes dos romanos) e o Cristianismo. Então, leia novamente essa parte do texto, e explique-a, com suas palavras:
3) No livro didático, na página 123, há uma questão da PUC de SP, sobre a "compreensão do mundo por meio da religião". Leia, escolha a opção correta (apenas uma), transcreva-a aqui e explique-a, com sua palavras:
(Puccamp) Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho". Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia? (Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses).
A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o pensamento medieval, cujo pressuposto é:
a) o antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença no caráter divino da natureza humana ( )
b) a escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia clássica e da assimilação do paganismo ( )
c) o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é parte da substância divina ( )
d) o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não questionamento das leis divinas ( )
e) o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que considera Deus o centro do Universo ( )
I) Transcrição da opção correta:
II) Explicação da opção escolhida:
4) O texto cita os "cinco pilares do Islã", no Império Árabe. Pesquise quais eram esses pilares:
QUESTÃO OPCIONAL: leia o texto O Tempo na Idade Média e A Invenção do Relógio (Link abaixo) e responda a quatro questões:
a) Segundo o texto, como era marcado o tempo (tempo litúrgico e sinos das igrejas), na Idade Média?
b) Dê detalhes sobre a invenção e a evolução do relógio, segundo o texto:
c) O que eram os autômatos e qual a relação deles com a marcação do tempo?
d) O que são relógios astronômicos?
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