sábado, 30 de maio de 2020

NONO F - ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO

Bom dia! Boa tarde! Agora, vamos fazer uma Atividade de Recuperação, ok? Serão apenas três perguntas, onde você vai escrever o que sabe, sobre os assuntos que estudamos, neste Trimestre!

A forma de entrega é a mesma que nas atividades anteriores: FOTOGRAFIA DO CADERNO ou WORD/PDF! E todos terão apenas dois dias para retornar a Atividade, ok? Então, vamos lá:

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO

1) Na primeira questão, falaremos de POLÍTICA: sabemos que os primeiros presidentes da República pertenciam a dois grupos distintos. Sobre isso responda:

a) Quais foram os Presidentes Militares, na República Velha?

b) Dois Estados tinham mais poder, em relação aos demais. Quais eram eles?

2) A segunda questão será sobre ECONOMIA, pois a maior atividade econômica daquela época era rural! Então, responda essas questões:

a) Explique a Política do Café com Leite:

b) Dê detalhes sobre a Greve de 1917:

3) A terceira e última questão é sobre SOCIEDADE! A Família, naquela época, era patriarcal. Sobre o tema, responda:

a) Por que a sociedade da época era chamada de patriarcal?

b) Como era a situação da mulher, naquele período?

terça-feira, 19 de maio de 2020

ATIVIDADE 4 - NONO F

AS REVOLTAS DA REPÚBLICA VELHA

No Período de 1889 a 1930, houveram muitas revoltas, pelos mais diversos motivos:

1) Primeira Revolta da Armada (1891): durante o Governo de Deodoro da Fonseca (1889 a 1891), houve forte oposição do Congresso e da população até que, em Novembro de 1891, o Presidente mandou fechar o Congresso, censurou a imprensa e impôs um estado de sítio ao país. Em resposta, a Marinha, sob a liderança dos almirantes Custódio José de Mello (1840/1902) e Luís Filipe Saldanha da Gama (1846/1895), ameaçou bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso Deodoro não renunciasse. Assim, o primeiro Presidente do Brasil renunciou, em 23 de Novembro daquele ano.


2) Segunda Revolta da Armada (1893 a 1894): quando Deodoro renunciou, a presidência foi ocupada por seu Vice, Floriano Peixoto. Segundo a Constituição, se o Governo não tivesse completado dois anos, o Vice deveria marcar novas eleições, e Floriano não fez isso. Assim, os almirantes Custódio de Mello, Saldanha da Gama e Eduardo Wandelkolk (1838/1902) organizaram a Segunda Revolta da Armada, para forçar Floriano a renunciar. Mas ele foi mais rápido e, com ajuda de navios vindos dos Estados Unidos, derrotou os revoltosos, em 1894.

3) Revolução Federalista (1893 a 1895): foi uma revolta que teve início no Rio Grande do Sul, colocando em lados opostos os Maragatos (liderados por Gaspar da Silveira Martins e Gumercindo Saraiva) e os Pica-Paus (liderados por Júlio de Castilhos). Júlio de Castilhos (1860/1903) estava ao lado de Floriano Peixoto, e era Governador do Rio Grande do Sul. Gaspar da Silveira Martins (1835/1901) era a favor do Parlamentarismo, mas Castilhos convenceu Floriano que os maragatos queriam a volta da Monarquia. Assim, começou a batalha, que se estendeu por Santa Catarina e Paraná, no episódio do Cerco da Lapa (1894). Além disso, um paranaense ilustre foi covardemente assassinado na Serra do Mar, por tropas do Governo: Ildefonso Pereira Correia (1849/1894), o Barão do Cerro Azul. Floriano venceu os revoltosos, e ganhou o apelido de Marechal de Ferro.



4) Revolta da Vacina (10 a 16 de Novembro de 1904): essa revolta ocorreu durante o Governo de Rodrigues Alves (1902 a 1906). Como já vimos, o Presidente queria modernizar a capital brasileira, que era a cidade do Rio de Janeiro, e mandou construir prédios, abrir avenidas e combater doenças. Mas, a oposição aproveitou-se do medo que a população tinha da vacina, que nunca havia acontecido, e instigou essa Revolta, que teve destruição de bondes e intervenção da polícia, para manter a ordem. 



5) Revolta da Chibata (1910): até 1910, os marinheiros brasileiros eram, em sua maioria, negros e mulatos ou mestiços, e eram punidos com chibatadas (chicotadas). Liderados pelo marinheiro João Cândido Felisberto (1880/1969), apelidado de Almirante Negro, cerca de 2 mil marinheiros se revoltaram, até que os castigos corporais fossem banidos. Curiosamente, essa revolta ocorreu logo após o término da presidência de Nilo Peçanha, que também era mestiço.



6) Greve de 1917: muitos dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil eram anarquistas. Anarquistas eram pessoas que eram contrárias a todo tipo de governo ou dominação. Em 1917, eles lideraram uma grande greve em São Paulo, que durou um mês. Foi a primeira grande greve brasileira, por melhores salários e condições de trabalho, e ficou pior quando o operário espanhol José Martinez (1896/1917) foi morto pela polícia. Acredita-se que mais de 70 mil trabalhadores pararam.



Além dessas revoltas isoladas, houveram movimentos, que são revoltas por motivos semelhantes:

MOVIMENTOS MESSIÂNICOS

Movimentos Messiânicos são movimentos sociais que apresentam em sua origem forte aspecto religioso, em especial a esperança de ver reproduzido na Terra um reino divino, marcado pela bonança e a felicidade. Por isso o nome remete à ideia do messias, esperando pelos judeus para redimir a humanidade. Na República Velha, ocorreram dois movimentos messiânicos:

7) Guerra de Canudos (1896 a 1897): Antônio Vicente Mendes Maciel (1830/1897) era um desertor do exército que era chamado de Antônio Conselheiro. Ele andava pelo sertão nordestino, pregando a palavra de Deus e conquistando cada vez mais seguidores. Em 1893, ele determinou que fosse criada uma vila, no Arraial de Canudos, na Bahia. A vila foi batizada de Belo Monte, e chegou a ter milhares de habitantes. Antônio Conselheiro era o líder da vila, que era contrária à República e não aceitava pagar impostos. Assim, em 1896, o Governo da época (Prudente de Morais) ordenou que o exército destruísse Belo Monte. Em dois anos, os soldados mataram milhares de pessoas e calcula-se que o número de mortos chegou a 25 mil. Conselheiro morreu antes do fim de Belo Monte. Abaixo, imagens de Antônio Conselheiro e dos sobreviventes de Canudos.


Curiosidade: os soldados que lutaram em Canudos, foram para o Rio de Janeiro, receber pelo "serviço". Mas não receberam nada, e foram morar num morro, que chamaram de Morro da Favela. Favela era o nome de uma planta que existe na Bahia, na região de Canudos. E passou a denominar todas as favelas do Rio e do Brasil que se parecem com Belo Monte...





8) Guerra do Contestado (1912 a 1916): essa Guerra aconteceu numa região disputada (contestada) pelo Paraná e por Santa Catarina. Como esses dois estados disputavam a região, ela era considerada "terra de ninguém", enquanto não fosse decidida a disputa. E, as pessoas que viviam ali, não tinham nenhuma assistência do Governo. Desesperançadas, as pessoas começaram a seguir o "monge" João Maria de Agostini (1801/1869). Depois, seguiram o "monge" João Maria de Jesus, entre 1886 e 1908. Eles eram tão semelhantes, que havia quem dissesse que os dois eram uma pessoa só, e "santa". Mais tarde, em 1911, surgiu o terceiro "monge": José Maria de Santo Agostinho, um ex-militar. Foi nessa época que começaram a construir uma estrada de ferro (da empresa Southern Brazil Lumber and Colonization Company, do empresário Percival Farquhar), que passaria bem na região "contestada". Os seguidores do "monge" iniciaram a Guerra, que durou quatro anos, e onde o Governo usou, pela primeira vez, aviões. O resultado foi terrível: entre 5 e 8 mil colonos foram mortos, e o exército perdeu cerca de mil soldados. Após a morte do "monge" José Maria (1889/1912), os combatentes ainda foram comandados por uma mulher, chamada Maria Rosa (considerada uma Joana D'Arc) e por Adeodato Manoel Ramos







MOVIMENTO TENENTISTA OU TENENTISMO

Durante o Governo de Afonso Pena, quando Hermes da Fonseca era Ministro da Guerra, foi criado o Serviço Militar Obrigatório (1906). Mas ele foi efetivado durante a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918). Assim, um grande número de soldados foi elevado a cabos, sargentos e tenentes, nos Anos 20. Esses tenentes tinham mais estudo e percebiam a situação em que a população brasileira se encontrava, e começaram a agir, contra a Política do Café com Leite. As revoltas tenentistas foram:

9) Revolta dos 18 do Forte (1922): o ex-Presidente Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro da Fonseca, era muito querido pelo exército, por ter criado o Serviço Militar Obrigatório. E, em 1921, foi eleito para a presidência do Clube Militar, no Rio de Janeiro. E, nesse cargo, desentendeu-se com o Presidente Epitácio Pessoa, vindo a ser preso. Indignados, os militares do Forte de Copacabana se revoltaram, afirmando que não se renderiam às forças do Governo. Finalmente, dezessete militares e um civil desfilaram pela Avenida, em Copacabana, onde foram fuzilados, sobrevivendo apenas dois: os tenentes Eduardo Gomes (1896/1981) e Antônio de Siqueira Campos (1898/1930).


10) Revoltas de 1924: durante o Governo de Artur Bernardes, os militares de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Amazonas fizeram novas revoltas. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, roubaram armas e fugiram, indo se encontrar em Foz do Iguaçu, no Paraná. Os líderes foram Isidoro Dias Lopes (1865/1949), Miguel Costa (1885/1959) e Juarez Távora (1898/1975) em São Paulo, e Luís Carlos Prestes (1898/1990), no Rio Grande do Sul.

Tenente Miguel Costa

Tenente Luís Carlos Prestes

11) Coluna Prestes (1924 a 1927): após se reunirem em Foz do Iguaçu, os militares formaram a Coluna Prestes: entre 1925 e 1927, 1500 homens e 50 mulheres percorreram mais de 25 mil quilômetros (13 estados), tentando mostrar para a população como se revoltar contra a política do Café com Leite e acabar com aquela república onde o povo não via melhorias. Foram perseguidos o tempo todo, e terminaram a Coluna em 1927, fugindo para a Bolívia.


ATIVIDADES

1) Primeiramente, vamos criar uma Tabela, como o modelo abaixo e preencher os dados (as informações estão no texto:

2) Agora, responda:

a) Onde foram usados aviões, pela primeira vez, no Brasil? R:________________________

b) Favela era o nome do quê? R: __________________________

c) os militares da Coluna Prestes fugiram para qual país? R: _____________________

d) Quem era o médico que "provocou" a Revolta da Vacina? R: __________________

e) quais estados "contestavam" terras, no início do Século XX? R: _____________________

3) Por que chamamos os movimentos de Messiânicos e Tenentistas?

a) Messiânicos:

b) Tenentistas:

4) Nos textos sobre a República Velha, você leu várias coisas relacionadas a Hermes da Fonseca. Agora, crie uma biografia dele, conforme o que leu:



sexta-feira, 15 de maio de 2020

TERCEIROS ANOS - ATIVIDADE 1 (SEGUNDO TRIMESTRE) - O PERÍODO 1815 A 1848

1815 - Após ficar preso durante mais de nove meses (de 4 de Maio de 1814 até 26 de Fevereiro de 1815), na Ilha de Elba, Napoleão fugiu, realizou o Governo dos Cem Dias (de 20 de Março a 8 de Julho de 1815) e foi definitivamente derrotado em Waterloo (18 de Junho de 1815), sendo transferido para a Ilha de Santa Helena, onde ficou até 1821, quando morreu. Neste mesmo ano, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido ao de Portugal e Algarve, marcando o fim do Período Colonial (1530 a 1815); Congresso de Viena (1814 a 1815), onde firmou-se a Santa Aliança;

1816 - independência da Argentina; Mary Shelley (1797/1851) escreveu Frankenstein;

1817 - James Monroe (1758/1831) assumiu a Presidência dos Estados Unidos da América (1817 a 1825); no Brasil, ocorreu a Revolução Pernambucana ou Revolução dos Padres, que chegou a proclamar a República (influência do Iluminismo), e onde foram executados 14 revoltosos;

1818 - independência do Chile;

1819 - a Espanha cedeu a Florida para os Estados Unidos da América; fundação da República da Grã-Colômbia, sob a presidência de Simon Bolívar (1783/1830); Revolução Liberal do Porto (1820);

Frase: O mapa da Europa foi redelineado sem se levar em conta as aspirações dos povos ou os direitos dos inúmeros príncipes destituídos pelos franceses, mas com considerável atenção para o equilíbrio das cinco grandes potências que emergiam das guerras: a Rússia, a Grã-Bretanha, a França, a Áustria e a Prússia. Destas, somente as três primeiras contavam (Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções, pág. 147/148)

Comentário I: o período 1815 a 1820 foi o de recuperação da Europa, após anos de guerra, desde a Primeira Coligação (1793) até 1815. As monarquias europeias tinham medo do Liberalismo, que representava, cada vez mais, o seu fim. Por isso que os três monarcas (Alexandre I da Rússia, Francisco I da Áustria e Frederico Guilherme III da Prússia) fizeram a Santa Aliança: se houvesse alguma revolução liberal num dos países, os outros entrariam em defesa. Até em Portugal, ocorreu uma Revolução Liberal, que obrigou D. João VI a retornar para a Europa.



1821 - a Espanha reconheceu a independência da Venezuela; o Uruguai foi anexado ao Brasil, como Província Cisplatina; a Grécia declarou sua independência do Império Turco-Otomano; o Rei D. João VI retornou a Portugal; morte de Napoleão Bonaparte; independência do Peru (José de San Martin tornou-se o primeiro Presidente); o México, o Panamá, a Guatemala, a Costa Rica, a Nicarágua, Honduras e El Salvador tornaram-se independentes;

1822 - D. Pedro de Alcântara proclamou a independência do Brasil, em relação a Portugal, tornando-se o Imperador D. Pedro I e iniciando o Primeiro Reinado (1822 a 1831); a Guatemala, Honduras e Nicarágua uniram-se ao México; negros norte-americanos criaram a Libéria, na África; José Bonifácio foi nomeado Chanceler; independência do Equador

1823 - D. Pedro I fechou a Assembleia Constituinte; James Monroe, em mensagem ao Congresso dos Estados Unidos, anunciou a Doutrina Monroe, que pode ser resumida na frase América para os americanos;

1824 - outorgada a Constituição de 1824, a primeira do Brasil (poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador); chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Brasil; Confederação do Equador (movimento de caráter republicano e separatista, ocorrido em Pernambuco);

1825 - pagamento, pelo Brasil, de indenização (2 milhões de libras esterlinas) a Portugal, pela Independência; independência da Bolívia; início das guerras de independência, no Uruguai; inauguração da primeira linha férrea do mundo: a Stockton and Darlington Railway; início do governo do Czar Nicolau I, na Rússia (de 1825 a 1855);




1826 - morte de D. João VI e da Imperatriz Leopoldina; D. Pedro I tornou-se D. Pedro IV, em Portugal, mas resolveu deixar o trono para sua filha, D. Maria (nascida em 1819), abdicando do mesmo; primeira fotografia da História, tirada por Joseph Nicéphore Niépce (1765/1833); 




1827 - para reconhecer a independência do Brasil, a Inglaterra exigiu que o Tratado de Comércio e Navegação (1810) fosse prorrogado por mais quinze anos; Louis Braille (1809/1852) inventou o alfabeto que leva seu nome;

1828 - início da Guerra Civil Portuguesa ou Guerra dos Dois Irmãos: D. Miguel I (1801/1866) recusou casar-se com a sobrinha D. Maria (filha de D. Pedro I) e assumiu, ele mesmo, o trono português; D. Pedro I deu início a esse conflito, que duraria 6 anos, de 1828 a 1834; independência do Uruguai, em relação ao Brasil;

1829 - Amélia de Beauharnais (1812/1873), neta de Josephine de Beauharnais, 1ª esposa de Napoleão Bonaparte, chegou ao Brasil, para casar-se com D. Pedro I;




1830 morte de Simon Bolívar, o Libertador das Américaso Equador separou-se da Grã-Colômbia; Guilherme IV (1765/1837) tornou-se Rei do Reino Unido; Revolução de 1830 ou Três Dias Gloriosos (27, 28 e 29 de Julho de 1830), na França; Eugène Delacroix (1798/1863) pintou o quadro Liberdade Guiando O Povo; início da Revolução Belga; inauguração da Liverpool and Manchester Railway, primeira ferrovia de transporte de passageiros do mundo;




Frases: Houve três ondas revolucionárias principais no mundo ocidental entre 1815 e 1848 (Hobsbawm, pág. 159)


A primeira ocorreu em 1820-4. Na Europa, ela ficou limitada principalmente ao Mediterrâneo, com a Espanha (1820), Nápoles (1820) e a Grécia (1821) como seus epicentros. Fora a grega, todas essas insurreições foram sufocadas (Hobsbawm, Pág.. 160)

Em 1822, o Brasil separou-se pacificamente de Portugal sob o comando do regente deixado pela família real portuguesa em seu retorno à Europa após o exílio napoleônico. Os EUA reconheceram o mais importante, dos novos Estados quase que imediatamente, os britânicos reconheceram-no logo depois, cuidando de concluir tratados comerciais com ele, e os franceses o fizeram antes do fim da década (Hobsbawm, Pág.. 160)

A segunda onda revolucionária ocorreu em 1829-34, e afetou toda a Europa a oeste da Rússia e o continente norte-americano, pois a grande época de reformas do presidente Andrew Johnson (1829-37), embora não diretamente ligada aos levantes europeus, deve ser entendida como parte dela. Na Europa, a derrubada dos Bourbon na França estimulou várias outras insurreições. Em 1830, a Bélgica conquistou sua independência da Holanda; em 1830-1, a Polônia foi subjugada somente após consideráveis operações militares, várias partes da Itália e da Alemanha estavam agitadas, o liberalismo prevalecia na Suíça — um país muito menos pacífico naquela época do que hoje —, enquanto se abria um período de guerras na Espanha e em Portugal (Hobsbawm, Pág.. 161)

Comentário II: o período 1821 a 1830 pode ser resumido nos seguintes acontecimentos: o Reino Unido, finalmente inaugurava suas ferrovias, que podem ser consideradas a concretização da Primeira Revolução Industrial; houveram duas Ondas Revolucionárias (expressão usada por Hobsbawm), influenciadas pela burguesia Liberal, decididas a proclamar repúblicas (como na França) ou, ao menos, monarquias parlamentaristas (como na Inglaterra); D. Pedro I fez, de seu Governo, uma espécie de "Liberalismo disfarçado": na Europa, era chamado de Liberal, mas aqui, era autoritário, a ponto de outorgar a nossa primeira Constituição (1824). Merecem destaque a fotografia (1826) e o quadro de Delacroix (1830).



1831 - D. Pedro I abdicou do trono brasileiro, em favor de seu filho, também chamado Pedro (1825/1891), pondo fim ao Primeiro Reinado (1822 a 1831) e iniciando o Período Regencial (1831 a 1840); início da viagem de Charles Darwin (1809/1882), que influenciaria em seu livro e sua teoria;

1832 - início da Guerra dos Cabanos ou Cabanada (1832 a 1835), ocorrida em Pernambuco, Alagoas e Pará, e que exigia a volta de D. Pedro I; Charles Darwin passou pelo Brasil, em Fernando de Noronha;

1834 assinada uma Quadrupla Aliança em Londres, entre Guilherme IV do Reino Unido, Luís Filipe de França, Pedro IV de Portugal e a Regente Maria Cristina de Bourbon da Espanha, a fim de impor regimes liberais nas monarquias da Península Ibérica; após ficar no poder entre 1828 e 1834, D. Miguel foi derrotado por D. Pedro IV e, em seu lugar, foi colocada D. Maria II, que reinou de 1834 a 1853; abolição da escravidão no Império Britânico; fim da Inquisição, na Espanha; morte de D. Pedro IV;

1835 - início da Guerra dos Farrapos ou Farroupilha (1835 a 1845), no Rio Grande do Sul, sob liderança de Bento Gonçalves (1788/1847); os cabanos proclamaram a República, no Grão-Pará; ocorreram, pela primeira vez no Brasil, eleições para escolher um chefe de Governo; início da Cabanagem (1835 a 1840), no Grão-Pará; Insurreição Nagô ou Revolta dos Malês, na Bahia; D. Maria II casou-se com Augusto de Beauharnais, irmão de D. Amélia (esposa do falecido D. Pedro IV);

1836 - Samuel Colt (1814/1862) patenteou o revólver; os cabanos, liderados por Eduardo Angelim (1814/1882) proclamaram a República, no Grão-Pará; os farrapos dominaram Porto Alegre; Charles Darwin terminou sua famosa viagem, no HMS Beagle (desde 1831);

1837 - Samuel Morse (1791/1872) inventou o telégrafo; início da Era Vitoriana (período de Governo da Rainha Vitória - 1837 a 1901); os sabinos proclamaram a República, em Salvador;



1838 - William Lovett (1800/1877) e Feargus O'Connor (1796/1855) escreveram a Carta do Povo, que deu origem ao movimento Cartista ou Cartismo, que desejava maior participação política da classe operária; fim da Sabinada (BA) e início da Balaiada (MA);

1839 - os farroupilhas conquistaram Laguna (SC) e proclamaram a República Juliana; início da Primeira Guerra do Ópio, entre Inglaterra e China; independência da Bélgica; nascimento do escritor Machado de Assis;

1840 - casamento da Rainha Vitória (1819/1901) com o Príncipe Albert (1819/1861); com o Golpe da Maioridade, D. Pedro II assumiu o trono, com 14 anos; 



1841 - A Inglaterra ocupou Hong Kong (só devolveu à China em 1997); a Nova Zelândia foi declarada colonia britânica;

1842 - o naturalista britânico Richard Owen (1804/1892) criou a palavra dinossauro ("lagarto terrível"), para denominar descobertas que estavam ocorrendo; fim da Primeira Guerra do Ópio, com o Tratado de Nanquim, que entregou Hong Kong oficialmente para os ingleses; casamento de D. Pedro II com a Imperatriz Teresa Cristina (1822/1889);

1844 - a República Dominicana separou-se do Haiti;

1845 - Lei Bill Aberdeen, que permitia que navios ingleses afundassem navios negreiros (ou tumbeiros); fim da Guerra dos Farrapos, com o Tratado de Poncho Verde; Florida e Texas tornaram-se, respectivamente, o 27º e o 28º estados norte-americanos;

1846 - Karl Marx (1818/1883) e Friedrich Engels (1820/1895) escreveram A Ideologia Alemã

1847 - adoção do Parlamentarismo, no Brasil; nascimento de Alexander Graham Bell (1847/1922), Thomas Edison (1847/1931), Castro Alves (1847/1871) e Chiquinha Gonzaga (1847/1935); 

1848 - Revoluções de 1848 (veremos no próximo Texto); Karl Marx Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista; ocorreu a Revolução Praieira (1848 a 1850), em Pernambuco

Frase: A terceira e maior das ondas revolucionárias, a de 1848, foi o produto desta crise. Quase que simultaneamente, a revolução explodiu e venceu (temporariamente) na França, em toda a Itália, nos Estados alemães, na maior parte do império dos Habsburgo e na Suíça (1847). De forma menos aguda, a intranquilidade também afetou a Espanha, a Dinamarca e a Romênia; de forma esporádica, a Irlanda, a Grécia e a Grã-Bretanha. Nunca houve nada tão próximo da revolução mundial com que sonhavam os insurretos do que esta conflagração espontânea e geral, que conclui a era analisada neste livro. O que em 1789 fora o levante de uma só nação era agora, assim parecia, “a primavera dos povos” de todo um continente (Pág.. 162/163)

Comentário Final: agora, temos um resumo total, do período 1789 a 1848, tratado no livro de Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções. Foram cerca de 60 anos, onde o mundo mudou, após a Dupla Revolução (Industrial e Francesa) e as Três Ondas Revolucionárias (1820, 1830 e 1848). As Três recebem esse nome porque foram influenciadas pelas duas primeiras. E o que mudou? Vamos tentar resumir, em tópicos:

a) em muitas nações europeias, as monarquias absolutistas foram substituídas ou por monarquias parlamentaristas ou por repúblicas presidencialistas. Nos dois casos, passou a haver uma Constituição com tendências liberais;

b) as colônias espanholas e portuguesa (Brasil) separaram-se de suas metrópoles, após 300 anos de dominação. Todas viraram repúblicas, exceto o Brasil;

c) os Estados Unidos, que já haviam se separado antes, passaram a, cada vez mais, dominar a América, principalmente depois de 1820, com a Doutrina Monroe (América para os americanos);

d) a Primeira Revolução Industrial (Inglaterra, vapor, ferrovias) concretizou-se, e abriu espaço para novas invenções, em todas as áreas;

e) o Feudalismo praticamente acabou, em muitas nações (na Rússia, avançou até o Século XX), a burguesia liberal saiu vitoriosa das revoluções, mas a classe operária começou a sentir-se traída, dando início a uma nova fase histórica;


ATIVIDADES

1) (Enem 2010) Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.

HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado).

O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?

a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante (  )
b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia (  )
c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França internamente (  )
d) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato, com os intelectuais iluministas, desejava extinguir o absolutismo francês (  )
e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça social e direitos políticos (  )

2) A Dupla Revolução lançou as ideias (Liberalismo, Nacionalismo, Constituição, Empreendedorismo, etc.), e as Ondas Revolucionárias as espalharam e sedimentaram. Mas, enquanto a burguesia tinha uma ideia, o operariado tinha outra, e a origem dessa ideia era o Jacobinismo, cujo maior representante foi Robespierre. Na questão 1, você viu um pouco do pensamento dele. Nessa questão, deverá criar um quadro, onde colocará, de um lado, as ideias do Jacobinismo (que deram origem à esquerda) e do outro, as ideias do Liberalismo (que deram origem à direita). Para auxiliar, duas frases de Eric Hobsbawm e um link, para compreender melhor o assunto:

Frase 1: A grande revolução de 1789-1848 foi o triunfo não da “indústria” como tal, mas da indústria capitalista; não da liberdade e da igualdade em geral, mas da classe média ou da sociedade “burguesa” liberal; não da “economia moderna” ou do “Estado moderno”, mas das economias e Estados em uma determinada região geográfica do mundo (parte da Europa e alguns trechos da América do Norte), cujo centro eram os Estados rivais e vizinhos da Grã-Bretanha e França. A transformação de 1789-1848 é essencialmente o levante gêmeo que se deu naqueles dois países e que dali se propagou por todo o mundo. (pág. 16)

Frase 2: O descontentamento urbano era geral no Ocidente. Um movimento socialista e proletário era sobretudo visível nos países da revolução dupla, a Grã-Bretanha e a França. Na Grã-Bretanha, ele surgiu por volta de 1830 e assumiu a forma extremamente madura de um movimento de massa dos trabalhadores pobres, que via nos reformadores e liberais seus prováveis traidores e nos capitalistas seus inimigos seguros. O vasto movimento em favor da Carta do Povo, que atingiu o clímax em 1839-42 mas manteve sua grande influência até depois de 1848, foi sua mais formidável realização. A França possuía a poderosa tradição do jacobinismo e do babovismo de esquerda, altamente desenvolvida politicamente e que em grande parte se tornaria comunista depois de 1830. Seu líder mais notável foi Auguste Blanqui (1805/1881), um discípulo de Buonarroti. (pág. 175)

Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacobinismo#:~:text=Origin%C3%A1rio%20da%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Francesa%2C%20o,evolutivo%20ao%20longo%20dos%20tempos.

3) Leia o Capítulo 3 do Livro Didático (Em Cena: O Proletariado - páginas 42 a 51), e justifique essa afirmação de Eric Hobsbawm:


Eram três as possibilidades abertas aos pobres que se encontravam à margem da sociedade burguesa e não mais efetivamente protegidos nas regiões ainda inacessíveis da sociedade tradicional. Eles podiam lutar para se tornarem burgueses, poderiam permitir que fossem oprimidos ou então poderiam se rebelar (pág. 280)

Conhecido como "A Primeira Greve", este é o cartaz do filme “1900”, de Bernardo Bertolucci, rodado em 1976. É uma reprodução da pintura de Giuseppe Pellizza da Volpedo intitulada "O quarto poder'', de 1901.

4) Na Questão 4, você poderá escolher entre a opção A ou a opção B, ok? Mas ATENÇÃO: pense nos conteúdos e não só na nota, ok?

Opção A: assistir o vídeo do Eduardo Bueno (A Indústria Que Mudou O Mundo) e fazer uma análise das mudanças que a Indústria Têxtil trouxe, ao mundo e ao Brasil:

Link: https://www.youtube.com/watch?v=jsaVWzJsm4s

Opção B: ler o texto Esquerda e Direita: Rótulos Mais Simbólicos que Políticos (com Quiz), e fazer um resumo:

Link: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/esquerda-e-direita-rotulos/




SEGUNDOS ANOS - ATIVIDADE 1 (SEGUNDO TRIMESTRE) - O PERÍODO 1550 A 1580

Bom dia! Boa noite! Agora que vimos o Período 1500 a 1550, vamos ver o Período 1550 a 1580. Você vai perceber que, o que vimos na primeira parte e na segunda partes, servirá para compreender algumas coisas, na terceira, ok? E as Atividades estarão no final:


I - A Década de 1550 a 1560:

1551 - fundação da cidade de Vitória (ES); 

1553 - com a morte de Eduardo VI, foi coroada Lady Jane Grey (1536/1554), como Rainha da Inglaterra. Mas, seu Reinado durou apenas nove dias, de 10 a 19 de Julho de 1553. Maria I, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão, e católica, foi coroada Rainha, e Jane Grey foi executada como traidora, em 1554. O marido e o sogro dela, que organizou a traição, foram executados ainda em 1553; fim do Governo Geral de Tomé de Sousa e início do Governo Geral de Duarte da Costa (de 1553 a 1558); com Duarte da Costa, vieram os jesuítas José de Anchieta (1534/1597) e Manuel da Nóbrega (1517/1570);

1554 - Maria I, da Inglaterra, casou-se com Filipe II, da Espanha (1527/1598); Manuel da Nóbrega foi o autor do primeiro livro escrito no Brasil: Diálogos Sobre A Conversão dos Gentios; José de Anchieta e Manuel da Nóbrega fundaram o Colégio, ao redor do qual surgiria a cidade de São Paulo (25 de Janeiro);

1555 - Tratado de Paz de Augsburgo: o Imperador Carlos V (1500/1558) assinou um documento, permitindo regiões protestantes na atual Alemanha; Nicolas Durand de Villegaignon (1510/1571) fundou uma colônia francesa no Brasil, denominando-a França Antártica;

1557 - o pastor Pierre Richier realizou o primeiro culto protestante do Brasil, na França Antártica; com a morte de D. João III de Portugal e Algarves, o trono português passou para seu filho, D. Sebastião (1554/1578);

1558 - início do Governo Geral de Mem de Sá (1500/1572), que durou de 1558 a 1572; com a morte de Carlos V, o Sacro Império Romano Germânico ficou com seu irmão Fernando I (1503/1564) e Espanha ficou com seu filho Filipe II; com a morte de Maria I, a Inglaterra passou a ser governada por Elizabeth I (1533/1603);

1559 - início do tráfico negreiro, no Brasil; morte do Rei da França Henrique II (1519/1559), que foi sucedido por seu filho, Francisco II (1544/1560);

1560 - Filipe II da Espanha, viúvo de Maria I da Inglaterra, casou-se com Elizabeth de Valois, filha dos reis da França; Mem de Sá deu início à expulsão dos franceses da França Antártica; morte do Rei da França Francisco II, que foi sucedido por seu irmão, Carlos IX (1550/1574); criação da Capitania Geral da Guatemala;

Resumo I: se, no texto anterior, vimos a Inglaterra em detalhes, nesse veremos a Espanha, começando pelos Reis Católicos, Fernando I de Aragão (1452/1516) e Isabel I de Castela (1451/1504). Eles se casaram em 1469 e expulsaram os árabes, em 1492. Mas, também foram eles que enviaram Cristóvão Colombo, que veio a descobrir a América, também em 1492. 



Isabel deu à luz cinco filhas e um filho: Isabel (casou-se com D. Manuel I de Portugal, mas morreu sem ter filhos), Juan  (morreu jovem, sem ter filhos), Joana (casou-se com Filipe de Habsburgo e foi mãe de Carlos V), Maria (teve uma irmã gêmea que foi natimorta, casou-se com o D. Manuel I e foi mãe de D. João III), e Catarina de Aragão (casou-se com Henrique VIII e foi mãe de Maria I). De todos os filhos e filhas, a sucessora do trono foi Joana de Castela (1479/1555).



A fim de fortalecer os laços com o Sacro Império Romano Germânico e isolar a França (que os espanhóis desprezavam), Joana foi dada em casamento a Filipe de Habsburgo (1478/1506), Arquiduque da Áustria, Duque da Borgonha, Brabante, Limburgo e Luxemburgo, Conde Flandres, Habsburgo, Hainaut, Zelândia, Tirol e Artois e Senhor de Amberes e Malinas (todas regiões da Europa). O casamento ocorreu em 1496, e o casal teve seis filhos, sendo que Carlos (1500/1558) seria o sucessor.



E os títulos foram aumentando: em 1504, com a morte de Isabel I, Joana tornou-se Rainha de Castela; em 1506, com a morte de Filipe de Habsburgo, Carlos foi coroado como Conde da Holanda e Conde de Borgonha; nesta época, Joana já estava com problemas mentais, e era chamada de Joana, a Louca. Quando Filipe morreu, a esposa fez um cortejo pela Espanha com o cadáver, durante meses. Assim, quando Fernando II morreu, em 1516, Carlos I passou a ser Rei da Espanha.



Em 1519, com a morte de seu avô Maximiliano I, ele passou a ser Arquiduque da Áustria e Imperador do Sacro império Romano Germânico. Se somarmos a isso, as terras espanholas na América, Carlos I (que passou a ser Carlos V, com a morte do avô), tornou-se o homem mais poderoso do mundo, no Século XVI! No Mapa abaixo, os domínios em verde são de Portugal e os domínios em marrom, da Espanha (ou do Sacro Império):



Carlos I ou V governou de 1516 (a Espanha) até 1556, quando deixou a Espanha para seu filho, Filipe II e o Sacro Império para seu irmão, Fernando I. Neste período, deu início à colonização da América, criando:

a) o Vice-Reino da Nova Espanha (1521);
b) o Vice-Reino do Peru (1542);

c) a Capitania-Geral do Chile (1541);
d) a Capitania-Geral da Guatemala (1560);

Também enfrentou os protestantes, declarando Lutero como fora da lei, pela Dieta de Worms (1521). Mas, depois de muitos anos de luta, acabou assinando a Paz de Augsburgo (1555), permitindo os protestantes no Sacro Império.



Em 1556, o trono português foi assumido por Filipe II (1527/1598). Ele era filho de Carlos I e Isabel de Portugal, filha de D. Manuel e Maria de Aragão. irmã de sua avó Joana. Voltaremos a falar desse monarca. 

E, como você deve ter percebido, essa década foi a que iniciou os problemas entre católicos e protestantes...Agora, vamos ver a década seguinte:

II - A Década de 1561 a 1570:

1561 - Filipe II decidiu que a cidade de Madrid passaria a ser a capital da Espanha; nascimento do filósofo e cientista inglês Francis Bacon;

1563 - fim do Concílio de Trento, que começou em 1545;

1564 - nascimento do matemático e físico italiano Galileu Galilei e do dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare; morte do pintor e escultor italiano Michelangelo;

1565 - Estácio de Sá (1520/1567), sobrinho do Governador Geral Mem de Sá, fundou a vila de São Sebastião do Rio de Janeiro, na região onde os franceses haviam criado a França Antártica, com o objetivo de impedir que voltassem; 



1568 - início da Guerra dos Oitenta Anos (1568 a 1648), em que a Holanda (protestante) decidiu libertar-se da Espanha (católica);

1569 - Gerardo Mercator (1512/1594) fez o primeiro planisfério ou mapa-múndi, feito pelo sistema de projeção que criou;



Resumo II: como você deve ter percebido, estavam se configurando as colônias espanholas e portuguesa (Brasil) na América. Costumamos dizer que, em ambos os casos, foram criadas colônias de exploração, isto é, colônias que foram criadas com o único objetivo de se explorar toda e qualquer coisa que rendesse algum lucro para as metrópoles (Portugal e Espanha). No Mercantilismo (Capitalismo original, também chamado de Capitalismo Comercial), tudo deveria ser transformado em capital, de preferência ouro. Mas, para que as colônias não se desenvolvessem, ficou estipulado que só deveriam produzir uma única mercadoria (monocultura).
No caso do Brasil, a mercadoria escolhida foi o açúcar, que deveria ser produzido em grandes propriedades (latifúndios) e com mão de obra escrava (negros trazido da África forçadamente, para realizar o trabalho compulsório). Assim, o Sistema Colonial Português deu origem ao "Brasil do Açúcar": rural, onde a família do senhor de engenho morava na casa-grande, enquanto os escravos deveria trabalhar na lavoura do açúcar e, na época da colheita, levariam o produto para o engenho (moendas, fornalhas, depósitos), onde seriam preparados os "pães de açúcar", que seriam levados para a Europa por navios holandeses (sim, a Holanda era sócia de Portugal, nessa empresa açucareira). Os holandeses transportavam, refinavam e vendiam o açúcar por toda a Europa
Era um negócio lucrativo para Portugal e Holanda, mas não para o Brasil (como vimos, as Capitanias Hereditárias fracassaram, com exceção de Pernambuco e São Vicente).



Agora, vamos ver o que aconteceu na última década deste texto:

III - A Década de 1571 a 1580:

1571 - nascimento do matemático e astrônomo alemão Johannes Kepler;

1572 - o casamento de Henrique IV (1553/1610) com Marguerite de Valois (1553/1615) foi o estopim para o Massacre da Noite de São Bartolomeu (24 de Agosto), na França; Luís Vaz de Camões (1524/1579 ou 1580) publicou Os Lusíadas;

1577 - Hans Staden (1525/1576) publicou o livro Duas Viagens ao Brasil, um dos primeiros registros sobre a colônia portuguesa na América; nascimento do pintor holandês Peter Paul Rubens (estilo barroco);

1578 - o Rei de Portugal, D. Sebastião, desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir (Marrocos) e foi sucedido por seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique I (1512/1580), irmão de D. Manuel I;

1579 - a atual Bélgica assinou o Tratado de Utrecht com a Espanha, expressando sua lealdade (Guerra dos Oitenta Anos); Francis Drake (1540/1596) chegou à atual Califórnia (EUA) e a batizou de Nova Inglaterra;

1580 - com a morte do Cardeal D. Henrique I, o sucessor mais poderoso à coroa portuguesa era Filipe II da Espanha (neto de Joana, que era irmã de Maria, avó de D. Sebastião). Assim, Portugal e Espanha se tornaram um só reino (União Ibérica), e todas as posses de ambos (na América, África e Ásia) passaram a ser de uma só coroa. Agora, Filipe II era o monarca mais poderoso do mundo;

Resumo III: como você pôde ver, o Brasil passou por diversas etapas, no Século XVI: Período Pré-Colonial (1500 a 1530), Capitanias Hereditárias (1532 a 1548), Governo-Geral (1549 a 1580), União Ibérica (1580 a 1640), sendo que, no último caso, passamos a ser governados pela Espanha, e o Tratado de Tordesilhas (1494) perdeu o sentido de existir, já que terras portuguesas e espanholas eram uma coisa só, ao menos em teoria.
Enquanto isso, na Europa, o maior problema era relacionado à religião: depois de Martinho Lutero criar o Luteranismo, João Calvino criar o Calvinismo e Henrique VIII criar o Anglicanismo, a Igreja Católica decidiu fazer algo a respeito, e debateu muito o que estava ocorrendo no continente, no Concílio de Trento (1545 a 1563). Entre outras coisas, criou a Companhia de Jesus (os jesuítas viajaram para A América, África e Ásia, a fim de converter outros povos à fé católica, e no Brasil, fundaram a cidade de São Paulo). Mas, devemos destacar o Massacre da Noite de São Bartolomeu (França) e a Guerra dos Oitenta Anos (entre os Países Baixos e a Espanha), que iria afetar o Brasil, como veremos adiante). O mundo do Século XVI já era totalmente diferente do mundo do Século XV.
Por último, percebe-se que alguns renascentistas ainda viviam, como Camões e Shakespeare, mas Rubens, representante do Barroco, havia nascido. E também, pensadores importantes, como Francis Bacon, Galileu Galilei e Johannes Kepler, entre outros. A ciência, em breve, começaria a substituir a superstição.


QUESTÕES

1) Abaixo, você pode ver a imagem de uma árvore genealógica, que é um dos recursos utilizados em História. Nessa "árvore", procure fundamentar o porquê de Filipe II herdar o trono espanhol. Ela deve começar com Fernando de Aragão e Isabel de Castela, e ao menos duas de suas filhas (a que deu origem à família portuguesa e a que deu origem à família espanhola). Coloque as datas de nascimento e morte de cada um, também. As informações estão no texto:




2) (Enem 2013) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.


MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas. Maquiavel define o homem como um ser

a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros ( )
b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política ( )
c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes ( )
d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais ( )
e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares ( )

3) Pesquise: sobre a América Espanhola:

a) quais eram os 4 Vice-Reinos e as 4 Capitanias-Gerais, e quais as diferenças entre eles?

b) o que significavam as palavras mita e encomienda?

4) Leia o texto Ordem Escravocrata (páginas 56, 57 e 58 do livro didático) e redija um texto com o título A Vida no Brasil do Açúcar. Dica: utilize algumas palavras específicas, como senhor de engenho, casa-grande, senzala, engenho, etc, e tente imaginar como era a vida daquelas pessoas:

A+: se você quiser, pode compreender melhor como era preparado o açúcar que seria enviado para a Europa, num vídeo de 5 minutos, no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Rvw5rHB5bL0

Filme: se você é fã da Scarlett Johansson (a Viúva Negra, dos Vingadores), poderá gostar de vê-la no filme Moça Com Brinco de Pérola (2003). Nesse filme ela é Griet, a empregada do pintor holandês Johannes Vermeer (1632/1675), que acaba pintando-a, por volta de 1665 ou 1666. Como pano de fundo, temos a questão que os holandeses lucravam muito com o comércio de açúcar, na forma de pães de açúcar. O filme ensina algo sobre arte e também sobre história, complementando o que estamos estudando. Mas não é obrigatório! E é dublado!

Link do filme: https://www.youtube.com/watch?v=VQS_XZVBrLc