terça-feira, 25 de agosto de 2020

TERCEIROS ANOS - ATIVIDADE 2 (TERCEIRO TRIMESTRE) - A CULTURA DO SÉCULO XX

Cultura é uma palavra que vem do latim e tem vários significados. No nosso caso, vamos nos apropriar do sentido antropológico de cultura, que é o conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social. Muitas pessoas confundem cultura com arte ou com bom gosto e gestos sofisticados, mas ela é mais do que isso, como você pode ver, pela definição acima. Nesse texto, vamos procurar entender um pouco da cultura do Século XX (1901 a 2000), com muitas imagens e poucas palavras:

1) Arquitetura: refere-se a toda construção e modelagem artificial do ambiente físico, incluindo seu processo de projeto e o produto deste, sendo a palavra também usada para definir os estilos e métodos de projeto das construções de uma época. Podemos citar a Escola Bauhaus, fundada em 1919 pelo arquiteto alemão Walter Gropius (1883/1969), os arranha céus (Empire State Building, 1931, World Trade Center, 1973, Sears Tower, atual Willis Tower, 1974 e Petronas Twin Towers, 1998, entre outros) e as obras de Oscar Nimeyer (1907/2012), como a Catedral de Brasília (e os outros palácios da capital) e o Museu do Olho, em Curitiba, entre outros.





2) Escultura: é uma arte que representa ou ilustra imagens plásticas em relevo total ou parcial. Podemos citar a Fonte Barmaley, criada por Romuald Iodko em 1930, e que acabou virando um dos símbolos da Segunda Guerra Mundial, o Cristo Redentor (criado por Paul Landowski, em 1931) e considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno (2005) e Os Candangos (escultura feita por Bruno Giorgi, em 1959, e que está em Brasília), entre outros . Na cultura popular, podemos citar os bonecos do Mestre Vitalino (Vitalino Pereira dos Santos, 1909/1963), entre outros.





3) Pintura: refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma pastosa, líquida ou em pó a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas. Mas, a genialidade artística de alguns pintores os destaca mais que outros. No Século XX, o Brasil e o mundo tiveram inúmeros artistas, mas poucos alcançaram a fama e a genialidade de Pablo Picasso (1881/1973),Tarsila do Amaral (1886/1973), Di Cavalcanti (1897/1976), Cândido Portinari (1903/1962), Salvador Dalí (1904/1989), Carybé (1911/1997), Djanira (1914/1979), Andy Wharol (1928/1987), Jean-Michel Basquiat (1960/1988) ou Banksy (1974 ou 1975). Abaixo, Guernica (1937) de Picasso (sobre o bombardeio nazista na vila espanhola), o Abaporu (1928) de Tarsila (um dos mais famosos quadros brasileiros, ligado ao Modernismo), os murais Guerra e Paz (1956) de Cândido Portinari (que foram presenteados à ONU, onde estão expostos até hoje), o quadro Orixás (1966), da pintora Djanira (que estava exposto no Palácio do Planalto, mas foi retirado, a mando da Primeira-Dama) e Andy Warhol (que disse: "no futuro, todos terão 15 minutos de fama").






4) Música: com a invenção do rádio (e depois, da televisão, dos computadores, da MTV, do disco de vinil e do CD, entre outros), a música começou a popularizar-se, e apareceram diversos ritmos, muitos feitos por negros ou pessoas vindas da zona rural, como blues, jazz, soul music, rock'n'roll, samba, axé music, rap, hip hop, reggae, country, música caipira, MPB e outros. E pessoas desconhecidas começaram a fazer sucesso regional, nacional e internacional, chegado a ser pop stars, a partir dos Anos 60. Alguns desses desconhecidos que tornaram-se mundialmente (ou nacionalmente, no caso Brasil) famosos, podemos citar (por ordem cronológica): Louis Armstrong (1901/1971), Ary Barroso (1903/1964, autor de Aquarela do Brasil, 1939), Cartola (Angenor de Oliveira, 1908/1980), Carmen Miranda (1909/1955, a "Pequena Notável", que simbolizou a "baiana", em Hollywood), Adoniran Barbosa (1910/1982, que compôs Trem das Onze, 1964), Noel Rosa (1910/1937, famoso compositor brasileiro, no início do Século), Luiz Gonzaga (1912/1989, o "Rei do Baião", que compôs Asa Branca, 1947), ), Vinícius de Moraes (1913/1980, autor da letra de Garota de Ipanema, 1964), Frank Sinatra (1915/1998), Edith Piaf (1915/1963), Tom Jobim (1927/1994, compositor da música de Garota de Ipanema, 1964), Ray Charles (1930/2004), João Gilberto (1931/2019, o criador da Bossa Nova), Miriam Makeba (1932/2008, cantora sul-africana que lutou pelos direitos dos negros e contra o Apartheid), Elvis Presley (1935/1977, o "Rei do Rock"), Geraldo Vandré (1935/, que compôs "Caminhando e Cantando", 1968, que virou um "Hino contra a Ditadura"), os Beatles (Ringo Starr, 1940/, John Lennon, 1940/1980, Paul McCartney, 1942/ e George Harrison, 1943/2001), Roberto Carlos (1941/, chamado de "Rei" da MPB), Gilberto Gil e Caetano Veloso (ambos nascidos em 1942), Clara Nunes (1942/1983), Janis Joplin (1943/1970), Mick Jagger (1943/, líder e vocalista da banda britânica The Rolling Stones), Jim Morrison (1943/1971, líder e vocalista da banda americana The Doors), Chico Buarque (1944/), Bob Marley (1945/1981), Elis Regina (1945/1982, considerada por muitos, a maior cantora brasileira), Raul Seixas (1945/1989), Freddie Mercury (1946/1991, líder e vocalista da banda de rock Queen), Cazuza (1958/1990), Madonna (1958/, a "Rainha do Pop"), Michael Jakson (1958/2009, o "Rei do Pop") e Renato Russo (1960/1996, líder da banda Legião Urbana), entre muitos outros. Abaixo, Carmen Miranda, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Elvis Presley, The BeatlesCaetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Magro (do conjunto vocal MPB4), Toquinho, Rubinho (baterista do Zimbo Trio), Jair Rodrigues, Nara Leão e Paulinho da Viola (capa de revista de 1966), Elis Regina, Madonna e Michael Jackson.








5) Dança: a dança mais conhecida, no início do Século XX, foi o balé, onde destacaram-se nomes como Serguei Diaguilev (1872/1929), Anna Pavlova (1881/1931) e Vaslav Nijinski (1889/1950). Os russos destacaram-se nessa arte, e o Balé Bolshoi tem uma filial em Joinville (SC, abaixo). Depois, Hollywood "apropriou-se" da dança, e os musicais fizeram muito sucesso, nos Anos 30 e 40, com os famosos Fred Astaire (1889/1987) e Ginger Rogers (1911/1995) e Gene Kelly (1912/1996), que foi imortalizado com a dança que fez em Singin' in The Rain (1952). No Brasil, merecem destaque Carlinhos de Jesus (1953/), Ana Botafogo (1957/) e Deborah Colker (1960/). Abaixo, cena de O Picolino (Top Hat, 1935), com Fred e Ginger e Cantando na Chuva (Singin' in the rain, 1952), com Gene Kelly.




6) Literatura: na literatura, a lista é imensa, pois nunca escreveu-se tanto, antes do Século XX. Mas, por popularidade, e cronologicamente, podemos citar, para começar, Machado de Assis (1839/1908), que publicou sua obra prima, Dom Casmurro, em 1900. Depois, temos Antoine de Saint-Exupéry (1900/1944, autor de O Pequeno Príncipe, 1943), a poetisa Cecília Meireles (1901/1964), o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902/1987), o escritor George Orwell (1903/1950, autor de A Revolução dos Bichos, em 1945, 1984, em 1949), João Guimarães Rosa (1908/1967, autor de Grande Sertão: Veredas, 1956), Jorge Amado (1912/2001, autor de Capitães da Areia, 1937, Gabriela, Cravo e Canela, 1958, Dona Flor e seus Dois Maridos, 1966 e muitos outros), Vinícius de Moraes (já citado na música, mas que também fez inúmeros poemas), Clarice Lispector (1920/1977), entre outros. Mas, também merecem destaque os escritores nascidos no Século XIX, que publicaram suas obras no Século XX: Euclides da Cunha (1866/1909, autor de Os Sertões, 1902), Lima Barreto (1881/1922, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma), Ernest Hemingway (1899/1961, autor de Adeus às Armas, 1929 e Paris é Uma Festa, 1964, entre outros), Oswald de Andrade (1890/1954, autor do Manifesto Pau-Brasil, 1924 e do Manifesto Antropofágico, 1928, entre outros), Graciliano Ramos (1892/1953, autor de Vidas Secas, 1938 e Memórias do Cárcere, 1953, entre outras), J. R. R. Tolkien (1892/1973, criador do universo do Senhor dos Anéis, que ele começou a criar ainda na década de 30), Mário de Andrade (1893/1945, autor de Paulicéia Desvairada , 1922 e Macunaíma, 1928, entre outros), Aldous Huxley (1894/1963, autor de Admirável Mundo Novo, 1932), C. S. Lewis (1898/1963, amigo de Tolkien, que criou o universo de Nárnia, na Década de 50), e muitos outros. Abaixo, algumas capas de livros do Século XX (Macunaíma é a versão em quadrinhos):





7) Cinema: também chamada sétima arte, ou, em certos contextos cinematografia, pode ser definida como a técnica e a arte de fixar e de reproduzir imagens que suscitam impressão de movimento, assim como a indústria que produz estas imagens. O cinema é feito de atores, atrizes, diretores e, principalmente, filmes. Vejamos alguns: D. W. Griffith (1875/1948, que dirigiu um dos filmes mais racistas do Século XX, O Nascimento de Uma Nação, em 1915), Al Jolson (1886/1950, que nasceu na Lituânia, mas fez o primeiro filme sonoro, O Cantor de Jazz, 1927, onde pintava a cara de preto, para interpretar um negro), Charlie Chaplin (1889/1977, autor de clássicos como Tempos Modernos, 1936, e O Grande Ditador, 1940), Hattie McDaniel (1895/1952, a primeira mulher negra a receber um Oscar, em 1940, por ter feito uma empregada, no clássico E O Vento Levou, de 1939), Orson Welles (1915/1985, que dirigiu o filme que muitos consideram o melhor já feito: Cidadão Kane, 1941), Marlon Brando (1924/2004) e James Dean (1931/1955), que influenciaram costumes e vestuários dos Anos 50 (jeans, camiseta e jaqueta de couro, típicos do rock'n'roll), com filmes como O Selvagem (1953) e Juventude Transviada (1955), diretores como Alfred Hitchcock (1899/1980), Billy Wilder (1906/2002) e Steven Spielberg (1946/), que ficaram mais famosos que seus astros e estrelas, Walt Disney (1901/1966), que criou toda uma indústria de entretenimento infantil, começando com o primeiro longa metragem totalmente desenhado: Branca de Neve e Os Sete Anões (1937) e atrizes que extrapolaram as telas do cinema, como Carmen Miranda (1909/1955, que virou o "símbolo" da política da boa vizinhança, nas décadas de 40 e 50), Rita Hayworth (1918/1987) e Grace Kelly (1929/1982) que fizeram tanto sucesso que acabaram casando-se com príncipes da vida real, Audrey Hepburn (1929/1993), que virou Embaixadora da UNICEF (1989) e Marilyn Monroe (1926/1962), que até hoje há quem desconfie que foi assassinada, por ter um romance com o Presidente dos Estados Unidos...




Walt Disney mostrando os oito Oscar que recebeu, um pela Branca de Neve e um para cada anão

Marilyn Monroe virou um ícone da indústria cultural: filmes, roupas, bonecas, perucas, fotografias, fantasias, tudo que possa ter algo a ver com ela, pode ser comprado ou copiado e vendido.
 
8) Fotografia: por definição, fotografia é essencialmente a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as  em uma superfície sensível. No Século XX, a fotografia foi alçada à categoria de arte, ao mesmo tempo em que foi testemunha ocular da História. Entre os maiores fotógrafos do período, podemos citar Pierre Verger (1902/1996, fotografou a cultura brasileira), Henri Cartier-Bresson (1908/2004), Robert Capa (1913/1954, que fez muitas fotografias em diversas guerras), Richard Avedon (1923/2004), Sebastião Salgado (1944/, que fotografa refugiados, culturas e pessoas, pelo mundo todo) e Annie Leibovitz (1949/), entre outros. Abaixo, a fotografia de Charles Ebbets (1905/1978), mostrando operários no alto de um arranha-céu, em New York, O Soldado em Queda (1936, que mostra um soldado sendo atingido por uma bala, na Guerra Civil Espanhola), de Robert Capa, a foto do marinheiro beijando a enfermeira (1945), tirada por Alfred Eisenstaedt (1898/1995), que virou o símbolo do fim da Segunda Guerra Mundial, a famosa foto de Che Guevara (1928/1967), feita por Alberto Korda (1928/2001) em 1960, uma das fotos da série Êxodos (fotografias de década de 80), de Sebastião Salgado e a fotografia de uma menina afegã (1984), feita por Steve McCurry (1950/) em 1984, entre outras.







9) Quadrinhos: é uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos. São, em geral, publicados como revistas ,livros ou em tiras, em jornais. No Século XX, personagens de quadrinhos (popularmente chamados de "gibis", no Brasil) tornaram-se famosos, por servir de entretenimento ou trazer alguma mensagem política, social, cultural, etc. Nos Estados Unidos, as editoras Marvel e DC Comics exploraram os super heróis que, muitas vezes, trouxeram temas adultos, e algumas graphic novels (como os quadrinhos em forma de livros são chamados, por lá) tornaram-se tão famosas, que hoje influenciam o cinema de Hollywood e séries de televisão, gerando milhões de dólares, em lucros. Podemos citar, entre outros, Carl Barks (1901/200, que criou o Tio Patinhas, em 1947), Jerry Siegel (1914/1996) e Joe Shuster (1914/1992), que criaram o personagem Superman (1938), Bill Finger (1914/1974) e Bob Kane (1915/1998), que criaram os personagens Batman (1939) e Coringa (1940), Stan Lee (1922/2018) e Jack Kirby (1917/1994), que criaram o Quarteto Fantástico (1961), o Hulk e Thor (1962), o Homem de Ferro, os Vingadores e os X-Men, (1963), Albert Uderzo (1927/2020) e René Goscinny (1926/1977), que criaram o personagem Asterix (1959), Ziraldo (1932, criador da Turma do Pererê,1959 e o Menino Maluquinho, 1980), Quino (1932/, criador da personagem Mafalda, em 1964), Maurício de Sousa (1935/, criador da Turma da Mônica, a partir de 1959), Henfil (1944/1988, criador dos personagens Fradim e Graúna, em 1971), Jim Davis (1945/, criador do personagem Garfield, 1978), Daniel Azulay (1947/2020, criador da Turma do Lambe-Lambe, em 1975), Art Spiegelman (1948/, que ganhou o Prêmio Pulitzer, com seus quadrinhos da Segunda Guerra, intitulado Maus, de 1986), Dave Gibbons (1949/) e Alan Moore (1953/, também criou V de Vingança, em 1982), que criaram Watchmen, em 1986.


HQ de 1941


Duas capas impactantes: a morte da Fênix Negra (1980) e a morte da Supergirl (1985)


Garfield e Mafalda


Mônica, Bidu e o Menino Maluquinho


10: Moda: comportamento de uma dada época histórica. É um sinônimo de costume. Em sentido estrito, porém, "moda" costuma se referir especificamente aos diversos estilos de vestuário que prevalecem numa dada sociedade num determinado período histórico. No Século XX, a moda virou uma indústria altamente rentável, que envolve estilistas, modelos (depois chamadas de top models), desfiles, fotos e marcas, que são consumidas avidamente, ano após ano. De forma resumida, podemos citar as mudanças do antes e depois da Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), quando a moda francesa da Belle Époque (imagem 1) foi substituída pela moda norte-americana dos Anos 20 (imagem 2), o biquíni (roupa de banho com duas peças), criado em 1946, depois do lançamento de bombas atômicas no Atol de Bikini, no Oceano Pacífico, a minissaia, criada na década de 60 por Mary Quant (1934/), alguns dos estilistas mais famosos do Século XX (relacionados a sapatos, bolsas, roupas e perfumes) e cinco top models brasileiras, que fazem sucesso no mundo da moda.






Manolo Blahnik (1942/), Miuccia Prada (1949/), Coco Chanel (1883/1971) e Christian Dior (1905/1957)


Adriana Lima (1981/), Isabeli Fontana (1983/), Gisele Bündchen (1980/), Caroline Trentini (1987/) e Alessandra Ambrósio (1981/)

11) Tecnologia: é o conjunto de técnicas, habilidades, métodos e processos usados na produção de bens ou serviços ou na realização de objetivos, como por exemplo, em investigações científicas. Algumas das maiores invenções ou descobertas do Século XX (e seus inventores ou descobridores): avião (há uma polêmica entre quem inventou primeiro, se os irmãos Wilbur Wright, 1867/1912 e Orville Wright, 1871/1948 ou Alberto Santos Dumont, 1873/1932), linha de produção (inventada em 1913, por Henry Ford, 1863/1947, revolucionando a indústria, como um todo), televisão (inventada em 1923, por Vladimir Zworykin, 1888/1982, apesar de que a primeira transmissão só ocorreu em 1928), a penicilina (1928), descoberta por Alexander Fleming (1881/1955), revolucionando o mundo da medicina com os antibióticos, o celular (1956), o laser (1959), o PC (Personal Computer, a partir dos Anos 50), a Internet (1992) e a Clonagem (1996), entre outros avanços. Para saber mais, você pode acessar o link abaixo, que lista e detalha 22 grandes invenções e descobertas do Século XX:


12) Esportes: alguns dos esportes populares que conhecemos hoje, foram criados no Século XIX: futebol (1848), basquete (1891) e voleibol (1895), por exemplo. Mas, foi no Século XX que eles se popularizaram, assim como a ideia de fazer exercícios, ficar musculoso, ir para academias, correr, nadar e fazer outras atividades físicas. Até mesmo os grandes eventos como Olimpíadas (1896) e Copa do Mundo (1930) são eventos desse Século, apesar da primeira Olimpíada ter sido em 1896. Dos primeiros atletas, até hoje, muita coisa aconteceu, e muitos recordes foram vencidos. Nomes como Pelé (1940/), Muhammad Ali (1942/2016), Zico (1953/), Oscar (1958/), Hortência (1959/), Ayrton Senna (1960/1994), Diego Maradona (1960/), Michael Jordan (1963/), David Beckham (1975/), Ronaldo (1976/), Cristiano Ronaldo (1985/), Usain Bolt e Marta (1986/), Lionel Messi (1987/) e muitos outros, tornaram-se famosos e milionários graças ao esporte.



13) Teatro: o teatro surgiu na Grécia, mas espalhou-se pelo mundo, incluindo o Brasil. No Século XX, nasceram e viveram alguns dos maiores dramaturgos da História (dramaturgo é a pessoa que escreve peças teatrais, dramaturgia), lembrando que o cinema e a televisão são "filhos" do teatro: Bertolt Brecht (1898/1956, escreveu A Ópera dos Três Vinténs, 1928 e Mãe Coragem e Seus Filhos, 1941), Samuel Beckett (1906/1989, escreveu Esperando Godot, 1952), Nelson Rodrigues (1912/1980, escreveu Vestido de Noiva em 1943 e Álbum de Família, em 1946), Arthur Miller (1915/2005, escreveu A Morte de Um Caixeiro Viajante, 1949), João Cabral de Melo Neto (1920/1999, que escreveu Morte e Vida Severina, 1955), Ariano Suassuna (1927/2014, escreveu o Auto da Compadecida, 1955), Gianfrancesco Guarnieri (1934/2006, escreveu Eles Não Usam Black-tie, 1958), Plínio Marcos (1935/1999, escreveu Dois Perdidos Numa Noite Suja, 1966 e Navalha na Carne, 1967) e Chico Buarque de Hollanda (1944, escreveu Roda Viva, 1967, Calabar, 1973 e Ópera do Malandro, 1978) são alguns dos maiores dramaturgos desse Século. Abaixo, Bertolt Brecht, Nelson Rodrigues e Ariano Suassuna:





14) Televisão: a televisão foi inventada no final da década de 20, mas só depois da Segunda Guerra Mundial que começou a ser viabilizada, e levada ao público. No Brasil, ela foi ao ar no dia 18 de Setembro de 1950, por obra e teimosia do empresário Assis Chateaubriand (1892/1968). Desde então, ela vem se reinventando, geralmente com os mesmos tipos de programas: telenovelas, esportes, shows de variedades (programas de calouros, culinária, fofocas, assistencialismo, reality shows, evangelização, etc.), telejornalismo, músicas (shows, clipes, concursos, etc.) e infantis. A mais antiga emissora de TV foi a Tupi, mas depois vieram a Record, a Globo, o SBT, a Manchete, a Band. Atualmente, a televisão tem competido com a TV a Cabo e com a Internet, que apresentam maior variedade de programas. Também é importante citar a TV Cultura, que procura apresentar programação mais educativa, e o Telecurso 2000, que foi um programa de TV voltado à educação. Abaixo, canais do brasil e do mundo:




15) Tendências: o que podemos tirar de entendimento do Século XX? O que ele nos deixou? O que pode ser aproveitado e o que seria melhor que nem tivesse acontecido? Foi nesse Século que a família mudou radicalmente, diminuindo em número de pessoas e levantando a discussão do que é família (alguns acreditam que é pai, mãe e filhos, mas existem cada vez mais famílias de todos os tipos), as instituições estão mudando (a credibilidade dos governantes foi muito alterada, principalmente com o advento das Guerras e a Igreja Católica perdeu força, para outras religiões que nem era consideradas, no Século XIX), as pessoas começaram um processo de isolamento real, para começar a relacionar-se virtualmente, e o rádio, a televisão e principalmente a Internet, ajudaram a promover esse fenômeno. O cinema, a música, os esportes e até mesmo a criatividade para fazer algo diferente, tornaram pessoas famosas no mundo inteiro: Elvis Presley, Pelé, Marilyn Monroe, Michael Jackson, Ayrton Senna e até mesmo o Mickey, o Superman, o Batman, a Coca-Cola e o Mac Donalds são conhecidos no mundo inteiro. Vitória dos EUA, que soube como ninguém, determinar a cultura desse Século. Ainda podemos citar a preocupação com o corpo, os avanços da medicina, a corrida espacial, a genética, a clonagem, a robótica, a preocupação com o meio ambiente e as megalópoles como "tendências do Século XX.


 







QUESTÕES

1) Após ler sobre 15 tópicos relacionados à cultura do Século XX, escreva um texto intitulado O Século XX, onde você possa traduzir em palavras qual a impressão que ele deixou, em você:

2) Criatividade: nessa questão, você deve criar um slogan para o Século XX, uma imagem, que resuma esse período da História. Imagine que o Século é um filme, ou uma mercadoria, ou mesmo um livro, cuja capa deve criar um interesse, para que alguém queira vê-lo, ou mesmo comprá-lo (como uma mercadoria). Qual seria a frase para despertar o interesse do consumidor? E qual a imagem que poderia simbolizar esse Século? Para ajudar, vamos ver um exemplo:


No exemplo que escolhemos, Eric Hobsbawm chamou o Século XX de Era dos Extremos (para ele, o Século XX foi da tragédia a uma Era de Ouro, dos extremos, e da luta entre EUA e União Soviética, duas ideologias diferentes). O artista que fez a capa escolheu algumas imagens desse Século: Mao Tsé-Tung (China Comunista), Stalin (União Soviética), Gandhi (Índia), uma rodovia, hippies (provavelmente relação à Guerra do Vietnã), uma televisão e um astronauta. Dessa forma, foi feita uma síntese do Século XX, com poucas palavras e imagens. Agora, faça a sua:

ATIVIDADE OPCIONAL: leia o texto A Política da Boa Vizinhança (abaixo) e responda às questões a e b:

A POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA

A Política de Boa Vizinhança (Good Neighbor Policy, em inglês) foi uma iniciativa política criada e apresentada pelo governo dos EUA, durante o Governo de Franklin Roosevelt, na Conferência Panamericana de Montevidéu (Uruguai), em 1933. Lembremos que, desde o Século XIX (Doutrina Monroe, “América para os americanos”) já se pensava nos EUA “dominando” o continente, seja pela força (“Big Stick”, de Theodore Roosevelt) ou pela diplomacia (a ideia de Franklin Roosevelt).

Mas a guerra iniciada em 1939 afetava diretamente os interesses estadunidenses no mundo. Uma dessas zonas de interesse era a América Latina. Em relação aos países ao sul de sua fronteira meridional, havia o entendimento de que o crescente “expansionismo alemão ameaçava o hemisfério e o equilíbrio montado pelos Estados Unidos”.

Para dificultar a situação dos Estados Unidos, na América Latina, nos anos que antecederam e iniciaram a década de 1940, verificou-se uma simpatia de alguns de seus governantes às políticas adotadas pelos países de políticas fascistas, como foi o caso de Getúlio Vargas (Brasil), Maximiliano Hernández Martinez (El Salvador) e outros.

Oficialmente essa política consistia em investimentos e venda de tecnologia norte-americana para os países latino-americanos, mas em troca, esses deviam dar apoio à política norte-americana. Ela consistia, no entanto, de um esforço para aproximação cultural entre EUA e América Latina, cujas relações vinham se deteriorando devido ao forte intervencionismo norte-americano durante a política do Big Stick (já citado), em 1901.

Foi uma época em que gradativamente o "american way of life" foi ganhando espaço na sociedade brasileira, graças a um cuidadoso plano de conquista comercial. Esse plano fazia parte da estratégia dos Estados Unidos de promover a cooperação interamericana e a solidariedade hemisférica, enfrentar o desafio do Eixo e consolidar-se como grande potência. A campanha teve início com a propagação dos "valores pan-americanos" durante as conferências interamericanas.

O passo seguinte foi a criação, em agosto de 1940, de uma superagência de coordenação dos negócios interamericanos, sob a chefia de Nelson Rockfeller e vinculada ao Conselho de Defesa Nacional dos Estados Unidos. Na área cinematográfica, tanto os filmes de ficção quanto os documentários desempenhavam o papel de difusores culturais e ideológicos.

Procurava-se evitar a distribuição na América Latina de filmes que expusessem instituições e costumes norte-americanos malvistos, como a discriminação racial, ou que pudessem ofender os brios dos latino-americanos. Os bandidos mexicanos, por exemplo, foram banidos das produções de Hollywood. Outra importante iniciativa foi a criação de personagens que ajudassem a fomentar a solidariedade continental. Data dessa época o nascimento do conhecido personagem dos Estúdios Disney, o papagaio Zé Carioca, que “nasceu” no filme Saludos Amigos (1942), contracenando com o Pato Donald, e reaparecendo em Você Já Foi à Bahia? (1944). Durante todo o seu tempo de vida, essa superagência americana contou com ativa colaboração do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda brasileiro, criado por Vargas), quer na condução de projetos conjuntos, quer como órgão de apoio à sua ação no Brasil.

Foi nessa época que a cantora Carmen Miranda (1909/1955) se tornou símbolo da cultura brasileira nos Estados Unidos, assim como outros (Xavier Cugat, de Cuba, Dolores del Rio e Lupe Velez, do México, e outros) que faziam Hollywood “latinizar-se”, com astros dançando rumba e outros ritmos, em filmes supostamente ambientados na Argentina ou no Rio de Janeiro (com o Pão de Açúcar ao contrário, ao fundo).

Já no plano econômico, a política de boa vizinhança convinha aos esforços dos Estados Unidos para se recuperar dos efeitos da Crise de 1929 sobre sua economia. A retórica da solidariedade e os métodos cooperativos no relacionamento com os países latino-americanos facilitavam a formação de mercados externos para os produtos e investimentos norte-americanos, além de garantir o suprimento de matérias-primas para suas indústrias. A implantação dessa nova estratégia de relacionamento com a América Latina representou a vitória da corrente política do governo norte-americano que advogava o livre-cambismo como solução para a recuperação econômica dos Estados Unidos no plano internacional.

Terminada a guerra, o governo dos EUA encerrou as atividades da agência, deixando a cargo da embaixada americana no Brasil a condução de algumas de suas atividades. Porém, ela nunca foi simétrica: enquanto na América Latina propagavam-se as qualidades da cultura norte-americana, como os valores democráticos e o industrialismo, nos EUA caracterizava-se a cultura Latina pelas belezas naturais e o exotismo. Foi assim que passamos a consumir jeans e camisetas, Coca-Cola, canetas Parker, sabonetes Gessy, carros Ford e Chevrolet, etc.

a) Pesquise e explique as três etapas da política norte americana, para a América Latina:


b) como a Política da Boa Vizinhança afetou o Brasil?