sábado, 20 de junho de 2020

SEGUNDOS ANOS - ATIVIDADE 3 (SEGUNDO TRIMESTRE) - O PERÍODO 1620 A 1650

1621 - o território brasileiro foi dividido em Brasil e Maranhão; criação da Companhia das Índias Ocidentais, pelos holandeses; morte do Rei Filipe III, da Espanha, que foi sucedido por seu filho Filipe IV (1605/1665);


1622 - nascimento do dramaturgo francês Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière; índios powhatan atacaram Jamestown, matando 347 colonos (a guerra entre colonos ingleses e indígenas durou até 1646); 

1624 - o italiano Giovanni da Verrazzano (1485/1528) fundou Nova Angoulême, na América do Norte (depois, os holandeses mudaram o nome para Nova Amsterdã, e os ingleses mudaram para Nova York); os franceses dominaram a atual Guiana Francesa; invasão holandesa em Salvador (1625 a 1625);



1627 - nascimento do teólogo francês Jacques Bossuet, ideólogo do Absolutismo;

1630 - segunda invasão holandesa no Brasil (Pernambuco); nascimento do proprietário brasileiro Manuel Beckman e de Ganga Zumba, primeiro líder do Quilombo dos Palmares;

Resumo I: nesse resumo, vamos entender um pouco mais sobre os holandeses. A região onde hoje fica a Holanda chamava-se Dezessete Províncias (1477 a 1556). Em 1556, passaram a ser chamados de Países Baixos Espanhóis (1556 a 1714). Mas, uma região desses Países Baixos proclamou a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos (1581 a 1795). Essa República queria se libertar da Espanha, e provocou a Guerra dos Oitenta Anos (1568 a 1648), a fim de conseguir atingir esse objetivo.
Mas, por isso, os espanhóis proibiram a vinda dos holandeses ao Brasil, para buscar o açúcar brasileiro, que rendia muitos lucros para eles. Assim, eles criaram a Companhia Holandesa das Índias Orientais ou WIC (West-Indische Compagnie), uma empresa que financiou as Invasões Holandesas ao Brasil (1624 em Salvador e 1630 em Olinda).
A primeira invasão não teve sucesso, mas a segunda teve, graças à ajuda de Domingos Fernandes Calabar (1609/1635), que ajudou os holandeses. Assim, os eles ficaram no Brasil durante 24 anos, entre 1630 e 1654. Veremos essa dominação no próximo resumo.

1632 - criação da colônia inglesa de Maryland; nascimento do filósofo inglês John Locke e do filósofo holandês Baruch Spinoza;

1633 - os holandeses dominaram Natal (Rio Grande do Norte); Galileu Galilei foi detido pela Inquisição e abjurou (renunciou) à sua Teoria do Heliocentrismo, baseada nas ideias de Nicolau Copérnico (1473/1543);

1636 - os holandeses judeus fundaram a primeira sinagoga da América (Kahal Zur Israel), no Recife; fundação da colônia de Rhode Island; fundação da Universidade de Harvard, em Massachussets; nascimento do poeta baiano Gregório de Matos, o "Boca do Inferno";

1638 - suecos fizeram o primeiro assentamento regular em Delaware; nascimento do futuro Rei Luís XIV, da França e de Maria Teresa da Espanha, sua futura esposa;


1640 - os portugueses conseguiram libertar Portugal da Espanha, acabando com os 60 anos da União Ibérica, e colocando no trono o Rei D. João IV (1604/1656), da Família de Bragança (terceira dinastia portuguesa); a Guerra da Restauração Portuguesa durou de 1640 a 1668;



Resumo II: como vimos, em 1640 chegou ao fim a União Ibérica. E, o que aconteceu ao Brasil, nesse período? Podemos citar duas consequências: o Bandeirantismo e as Invasões Holandesas.

O Bandeirantismo

Os paulistas, não tendo grandes lucros, resolveram criar expedições que se embrenhavam pelos sertões: as bandeiras. Elas eram chamadas assim porque sempre levavam uma bandeira, símbolo de quem a financiava, como um brasão. Essas bandeiras aproveitaram o fim do Tratado de Tordesilhas, e foram para lugares distantes, e por motivos diferentes:

a) Bandeiras de Apresamento: buscavam índios para vender como escravos. Os índios das missões eram os mais cobiçados, porque já eram ensinados, pelos padres jesuítas, tornando-se mais caros, para a venda. Ex.: em 1628, os bandeirantes Antônio Raposo Tavares (1598/1659) e Manuel Preto (?/1630) invadiram o interior do atual Paraná, chamado Guayrá, e destruíram todas as missões espanholas que ali existiam, escravizando milhares de índios (o restante, foi para oeste, onde hoje fica o Paraguai);


b) Bandeiras de Prospecção: eram as bandeiras que buscavam metais e pedras preciosos. Foram responsáveis pela descoberta de ouro e pedras preciosas, principalmente em Minas Gerais, Goiás, e Paraná (a fundação de Paranaguá e Curitiba tem a ver com a procura de ouro);

c) Sertanismo de Contrato: eram bandeiras contratadas para capturar negros escravos, que escondiam-se nos quilombos;

Veremos mais, sobre os bandeirantes e as Invasões Holandesas, mais adiante.

1641 - aclamação de Amador Bueno (1584/1649) como Rei de São Paulo (Revolta Nativista);

1642 - início da Guerra Civil Inglesa (1642 a 1649), entre o Parlamento inglês, liderado por Oliver Cromwell (1599/1658) e o Rei Carlos I (1600/1649);

1643 - nascimento do astrônomo e filósofo inglês Isaac Newton; Luís XIV tornou-se rei, aos quatro anos de idade (sua mãe, a Rainha Ana da Áustria, foi Regente até 1651);

1648 - fim da Guerra dos Oitenta Anos (1568 a 1648), com a assinatura do Tratado de Münster, que também fez parte da Paz de Vestfália (Guerra dos Trinta Anos); Batalha dos Guararapes, entre holandeses e portugueses; fundação da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá (29 de Julho), a primeira do atual Paraná; Tratado de Vestfália, que pôs fim à Guerra dos Trinta Anos (1618 a 1648);


Paranaguá

1649 - fim da Guerra Civil Inglesa e execução do Rei Carlos I, decapitado; segunda Batalha dos Guararapes, entre holandeses e portugueses;

Resumo III: como você deve ter percebido, esse Período foi de guerras: a Guerra dos Oitenta Anos (1568 a 1648), a Guerra dos Trinta Anos (1618 a 1648), a Guerra da Restauração Portuguesa (1640 a 1668), a Guerra Civil Inglesa (1642 a 1649)... Vamos à elas:

a) Guerra dos Oitenta Anos: como já vimos, essa Guerra foi entre a Holanda (queria libertar-se e era protestante) e a Espanha (era católica e não aceitava a separação), e terminou com a assinatura do Tratado de Münster, em 1648;

b) Guerra dos Trinta Anos: apesar de pouco conhecida, essa Guerra teve grande importância, além de ser muito destrutiva (oito milhões de mortos), para a época. O principal motivo dessa Guerra foi a religião e a tentativa de se diminuir o poder dos Habsburgo, que dominavam grande parte da Europa. A Paz de Augsburgo (1555) permitiu que as religiões católica e luterana convivessem em relativa paz. Mas, com o surgimento da religião calvinista, a situação foi piorando, até acontecer a Guerra, da qual participaram a Suécia, a Dinamarca, a Holanda, a Inglaterra (protestantes), o Sacro Império, a Espanha (católicos) e outros. Finalmente, após trinta anos de guerras, foram assinados diversos tratados, como os tratados de Münster e Osnabrück, que fizeram parte da Paz de Vestfália (1648), considerada o marco inicial do atual sistema internacional, que reconhece a soberania das nações, entre outras coisas;

c) Guerra da Restauração Portuguesa: essa Guerra durou 28 anos, e seu objetivo era fazer com que o Reino de Portugal se libertasse da Espanha. Entre 1580 e 1640, Portugal (e o Brasil) foram governados pelos reis espanhóis (Filipe II, Filipe III e Filipe IV). E, após um longo período de guerra, os portugueses conseguiram libertar-se, com a assinatura do Tratado de Lisboa (1668). Apesar disso, costuma-se dizer que a União Ibérica terminou em 1640, e o Rei D. João IV de Bragança (1604/1656) passou a ser o novo Rei de Portugal, sendo sucedido por seus filhos, D. Afonso VI (1643/1683) e D. Pedro II (1648/1706), sendo este último que assinou o Tratado de 1668;

d) Guerra Civil Inglesa: para entendermos essa Guerra, é necessário voltarmos no tempo: a Inglaterra foi governada por Elizabeth I (1533/1603), de 1558 até a sua morte, em 1603. Ou seja: foram 45 anos de relativa paz, e desenvolvimento econômico e cultural. Mas, como ela não tinha herdeiros, o trono foi ocupado por seu primo escocês, Jaime I (1566/1625), de 1603 a 1625. Apesar de escocês (nem todos os ingleses aprovavam), ele conseguiu dar continuidade ao desenvolvimento econômico e cultural que sua prima havia começado. E, foi nessa época que começou a colonização inglesa na América do Norte. Os problemas começaram no Reinado de Carlos I (1600/1649), seu filho. Carlos I não aceitava "dividir" o poder com o Parlamento e começou aí um período turbulento. Para piorar, ele casou-se com Henriqueta Maria da França (1609/1669), uma princesa católica (a Inglaterra era Anglicana, lembra?), o que fez com que a situação fosse ficando complicada, principalmente com os puritanos e calvinistas, que o viam como tirano. E, também, não apoiou os reinos protestantes, na Guerra dos Trinta Anos. Em 1626, ele dissolveu o Parlamento, reabrindo somente em 1628. Na volta, o Parlamento resolveu criar leis que impedissem o Rei de criar impostos ou tomar decisões importantes, sem o consentimento de seus representantes. Mas, Carlos I dissolveu novamente o Parlamento, dessa vez até 1640. Na volta, o Parlamento declarou guerra ao Rei (a Guerra Civil), que durou sete anos. O líder do Parlamento, agora, era Oliver Cromwell (1599/1658), e o Rei, acuado, foi pedir ajuda à França, para vencer essa Guerra. Por isso, ele foi declarado traidor, e executado, em 1649. Quem governava a Inglaterra, agora, era o Parlamento.


Quadro de Paul Delaroche (1797/1856) pintado em 1831, mostrando Oliver Cromwell vendo o defunto de Carlos I

QUESTÕES

1) PESQUISA: você percebeu esse trecho do Texto: "1636 - os holandeses judeus fundaram a primeira sinagoga da América (Kahal Zur Israel)"? Ele nos mostra duas situações:  1) a presença de judeus no Brasil; 2) a tolerância religiosa, na região dominada pelos holandeses.

Nessa questão, realize uma pesquisa sobre as perseguições que os judeus sofriam, na Idade Média e na Idade Moderna, e como a tolerância religiosa (ou a intolerância), podem influenciar no desenvolvimento (ou no atraso) de uma determinado lugar:


2) INTERPRETAÇÃO: leia essa matéria, publicada na revista Superinteressante, em 2011, e depois escreva o que entendeu:

Como era uma expedição dos bandeirantes?
Patrocinados por fazendeiros ou comerciantes, os bandeirantes partiam para descobrir novas terras, arranjar escravos e descobrir depósitos minerais
Por Roberto Navarro - Atualizado em 4 jul 2018, 20h20 - Publicado em 18 abr 2011, 18h24




3) LINHA DO TEMPO: organize uma Linha do Tempo, com as datas referentes à História da Inglaterra, de 1603 (morte de Elizabeth I) até 1649 (morte de Carlos I):

4) (ENEM 2015) Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte com representações de bandeirantes no acervo do Museu Paulista, mediante a aquisição de uma tela que homenageava o sertanista que comandara a destruição do Quilombo de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba estadual, foi simultânea à emergência de uma interpretação histórica que apontava o fenômeno do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que se consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras décadas do século XX.

MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica européia. Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.
A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como propósito a construção de uma memória que
a) afirmava a centralidade de um estado na política do país (  )
b) resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira (  )
c) evidenciava a importância da produção artística no contexto regional (  )
d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social (  )
e) destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial (  )

ATIVIDADE OPCIONAL: essa Questão não é obrigatória, mas se você a fizer, além de ganhar uma pontuação extra, estará aprendendo História de uma maneira divertida! 

Regras: conforme você responder as questões, mais irá pintar o quadro de Debret. Para ganhar a nota extra, você precisa me enviar as perguntas e as respostas, junto com a Atividade 3!





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