sábado, 15 de junho de 2013

As Eras de Hobsbawm - Parte 1

Se Eric Hobsbawm é o maior historiador da atualidade eu não sei. Mas sei que é o meu preferido. Soube explicar muito bem a História, e numa linguagem simples. Isso não é pouco. Nasceu em Alexandria, Egito, em 09 de junho de 1917 e faleceu em Londres, em 01 de outubro de 2012. Escreveu muitos livros, mas pretendo me ater a quatro, que são meus preferidos: A Era das Revoluções, A Era do Capital, A Era dos Impérios e A Era dos Extremos.


O primeiro deles, A Era das Revoluções, foi escrito em 1962. Abrange um período que vai de 1789 a 1848, e trata de duas revoluções, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Hobsbawm as trata como dupla revolução, pela proximidade e pela época, praticamente a mesma. Vamos analisar os capítulos do livro:


Prefácio: ele já começa explicando a utilização da expressão "dupla revolução", e que o livro trata dela. Que não se aprofundou sobre lugares que não tivessem grande influência dessa temática, nessa época. Ele também explica que não procurou uma linguagem rebuscada, preferindo a simplicidade e a explicação sem complicações. E que tem consciência de que o livro não explica tudo e não contém tudo, mesmo porque essa seria uma tarefa impossível, para qualquer um que queira escrever sobre o período.

Imagem representando a "dupla revolução"

Introdução: logo no início, Hobsbawm lembra algumas palavras que só ganharam significado após a "dupla revolução":

indústria, industrial, fábrica, classe média, classe trabalhadora, capitalismo e socialismo, aristocracia, ferrovia, liberal, conservador, nacionalidade, cientista, engenheiro, proletariado, crise (econômica), utilitário, estatística, sociologia, jornalismo, ideologia, greve, pauperismo...

De forma simples, ele lembra que somente com essas palavras, já podemos ter uma pequena ideia da importância que a dupla revolução de 1789/1848 teve, para a História da Humanidade. Essa é a ideia de revolução, que mudou e ainda muda o mundo, até hoje. Mas lembra que é importante separar o evento específico, de seus desdobramentos.:

A grande revolução de 1789-1848 foi o triunfo não da "indústria" como tal, mas da indústria capitalista; não da liberdade e da igualdade em geral, mas da classe média ou da sociedade 'burguesa' liberal; não da "economia moderna" ou do Estado moderno", mas das economias e Estados em uma determinada região geográfica do mundo (parte da Europa e alguns trechos da América do Norte), cujo centro eram os Estados rivais e vizinhos da Grã-Bretanha e França. (p. 16)

A dupla revolução teve consequências específicas, e não gerais...

Ele ainda denomina a dupla revolução como levante gêmeo e cratera gêmea, numa alusão a um vulcão. E termina esse parágrafo com a expressão triunfo do capitalismo liberal burguês. É interessante que conheçamos as diversas formas com as quais ele se expressa, até para compreendermos melhor a magnitude do processo revolucionário.

Na sequência, Hobsbawm retrocede ao período anterior à dupla revolução, e cita, entre outros momentos, a Revolução Gloriosa (1688) e o processo de independência dos Estados Unidos da América (1766), o qual ele chama de Revolução Americana.

A morte de Carlos I (acima) e o Boston Tea Party (abaixo) foram marcantes nas revoluções Gloriosa e Americana






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