Relembrando: em 15/11/1889, o Marechal Deodoro da Fonseca (1827/1892) proclamou a República, no Brasil. Desde então, tivemos alguns períodos, nessa República: República Velha (1889 a 1930), Era Vargas (1930 a 1945) e Período Democrático (1945 a 1964). Entre 1937 e 1945 ocorreu o Estado Novo, que foi um período de Ditadura, imposto por Getúlio Vargas (1882/1954). E, no Período Democrático, QUASE voltamos à Ditadura, em 1954 (assassinato de Vargas) e 1955 (queriam impedir a posse de Juscelino Kubitschek).
Em 1945, Getúlio Vargas saiu da Presidência, e foi sucedido por Eurico Gaspar Dutra (de 1946 a 1951), depois ele retornou (de 1951 a 1954), quando suicidou-se, Café Filho (1954 a 1955) Carlos Luz (que tentou impedir que o próximo fosse eleito), Nereu Ramos (1955 a 1956) e Juscelino Kubitschek (1956 a 1961).
Como você pode perceber, aquela época não foi muito amena, e talvez fosse um reflexo do que ocorria no mundo (Guerra na Coreia, Muro de Berlim, etc.). O Brasil estava dividido, e os presidentes eram muito criticados, principalmente os populistas.
Presidente populista é aquele que apela ao "povo", sempre que a "elite" parece complicar o trabalho deles. Quer um exemplo? Em 1954, o Presidente da República era Getúlio Vargas, e o Ministro do Trabalho era João Goulart. "Jango", como ele era conhecido, assinou um decreto, juntamente com Getúlio, dando 100% de aumento para a classe trabalhadora, contrariando os empresários, que teriam que pagar esse valor. Resultado: ele acabou tendo que renunciar, e meses depois, Getúlio se matou.
Jânio Quadros começou a governar em 1961, e fez muitas coisas estranhas: queria proibir brigas de galo, maiô em concurso de miss, deu uma condecoração para um líder comunista (Ernesto "Che" Guevara), e tudo isso só espantava e irritava os empresários e outros setores da sociedade brasileira. E ele queria mais poder. Então, pensou o seguinte: se dissesse que iria renunciar, os políticos não aceitariam, porque não iriam querer João Goulart como Presidente. Aí, ele pediria maiores poderes, para governar. E pensando assim, pediu sua renúncia com um bilhete, sete meses depois de começar a governar. Abaixo, a carta da renúncia:
A questão é que os militares não queriam um Presidente "comunista" mandando neles. Então, o Primeiro-Ministro iria comandar as tropas, e o Presidente iria cuidar de outros assuntos, como educação, saúde, etc. Tancredo Neves foi Primeiro-Ministro entre Setembro de 1961 e Julho de 1962, quando saiu do cargo para se candidatar a Deputado Federal por Minas Gerais. Ele foi substituído por Francisco de Paula Brochado da Rocha (1910/1962), que foi Primeiro-Ministro entre Julho de 1962 a Setembro0 de 1962, morrendo oito dias depois de sair do cargo. Quem sucedeu Brochado da Rocha foi Hermes Lima (1902/1978), que ficou de Setembro de 1962 a Janeiro de 1963.
Mas, enquanto os Primeiros-ministros governavam, juntamente com o Presidente, foi planejado consultar a população, sobre essa situação, num plebiscito.
Muitos militares exigiram providências mas, como não receberam apoio, começaram a planejar um golpe contra Jango. Enquanto isso, o Presidente decidiu anunciar as Reformas de Base, num discurso, em 13 de Março de 1964. Na foto abaixo, ele e sua esposa, a Primeira Dama Maria Thereza Goulart (1936/):
Em resposta, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela Liberdade (19 de Março), por setores que eram contrários às ideias do Presidente, e que levaram cartazes e faixas com frases como "Vermelho bom, só o batom", "Um, dois, três, Jango no xadrez", "Abaixo os imperialistas vermelhos" e "Verde e amarelo, sem foice nem martelo". Ela ocorreu em São Paulo, e reuniu entre 500 e 800 mil pessoas.
No dia 28 de Março, os fuzileiros navais e marinheiros fizeram uma revolta, e João Goulart recusou-se a punir os revoltosos. No dia 30 de Março, o Presidente fez um discurso, no Automóvel Clube do Brasil, denunciando que havia uma forte pressão contra o Governo.
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