segunda-feira, 14 de maio de 2012

Texto 9 - Primeiros Anos

Grécia - Período Clássico (776 a.C. a 480 a.C.)


Pelo mapa acima, podemos ver como os gregos expandiram seu território, fundando colônias na Espanha (Hemeroscopium), na França (Massilia), na Itália (Siracusa, Neapolis, Síbaris e Crotona), na Ásia Menor (Éfeso e Mileto), no Egito (Náucratis e Cirene) e até no Mar Negro (Bizâncio e Sinope).

Mesmo estando espalhadas por diversos lugares, a maioria das cidades gregas possuía elementos culturais que as ligava, como a leitura da Ilíada e da Odisséia de Homero, e a Teogonia de Hesíodo, por exemplo. Além disso, praticamente todas as cidades possuíam a acrópole ("cidade alta") e a ágora ("praça"). Abaixo, a Acrópole e a Ágora de Atenas:


Nas cidades gregas, as melhores terras pertenciam aos aristoi (famílias ricas). Por isso, muitos gregos migraram para outros locais, em busca de terras. Mas mantiveram seus hábitos e costumes, unidos à Hélade. Essas colônias eram chamadas de Apoíkias ("nova casa"). E o comércio entre essas comunidades foi crescendo, fazendo com que a classe dos comerciantes fosse tornando-se poderosa. Percebe-se uma melhoria na qualidade de vida da população, que cresceu de 600 mil no Século VIII a.C., para 9 milhões, no Século IV a.C. Abaixo, uma casa grega:


“As casas gregas (entre os séculos VI e V a.C) eram construídas com dois ou três cômodos, tendo ao seu redor um grande jardim, sendo feitas basicamente com pedras, madeira ou ainda tijolos. Casas maiores ainda possuíam cozinhas, um espaço para banhos, uma sala de jantar para homens e, talvez, uma área onde as mulheres podiam sentar-se e conversar. Os jardins eram utilizados para que homens e, especialmente as mulheres, pudessem receber amigos ou apenas apreciar uma boa conversa sem sair de casa. Era comum que as mulheres costurassem ou tecessem malhas no jardim de suas casas.
Os gregos da Antiguidade gostavam muito de contar e ouvir histórias e fábulas. Uma de suas atividades favoritas consistia em reunir a família no jardim para que as crianças pudessem escutar as histórias contadas pelo pai ou pela mãe. ... Outra atividade comum nos jardins gregos era cozinhar e apreciar parte de suas refeições em seus belos e bem cuidados jardins.”
 



Fonte: http://desenharounao.blogspot.com.br/2007/07/casa-grega-e-romana.html

A casa grega voltava-se para dentro: acontecia ao redor de um pátio interno, o qual existia mesmo nas menores casas. Segundo os estudos sobre as ruínas atenienses, as casas em geral variavam entre 150 a 250 m², tamanho que as tornava próximas de lotes urbanos típicos do Brasil urbano contemporâneo, por exemplo. O setor das casas voltado para a rua normalmente englobava os cômodos dominados pelo pai da família e pelos homens da casa (e possivelmente os únicos cidadãos que ali moravam, visto que as mulheres e escravos não possuíam tal status) e era conhecido como androceu, enquanto o setor dominado pelas mulheres era chamado gineceu. Para os gregos, visto que a casa era a expressão da propriedade privada do seu senhor, ela também era a manifestação da esfera privada da vida urbana (enquanto a esfera pública se dava em espaços como a ágora - praça, a pnix - assembleia, e as ruas). Desta forma, a casa era considerada território inviolável. Normalmente era térrea, embora fossem também comuns aquelas estruturadas em dois pavimentos.



Pode-se dizer que os séculos VI e V (de 600 a 400 a.C.), foram decisivos para a Grécia e, particularmente, para Atenas (ilustração).


As cidades-estado gregas (ou pólis) eram independentes, unindo-se apenas pela língua, pela religião, pelo passado comum e pelas Olimpíadas (criadas em 776 a.C., para homenagear o deus Zeus). As pólis mais conhecidas eram Tebas, Corinto, Atenas, Esparta, Éfeso, Mileto e Erétria.
O espírito livre dos gregos produziu alguns dos nomes mais importantes da Antiguidade: Tales de Mileto (624 a 556 a.C., abaixo), Anaximandro (610 a 547 a.C.), Pitágoras (571 a 496 a.C.), Heráclito de Éfeso (535 a 475 a.C.), Safo (630 a 612 a.C.), Alceu de Mitilene (630 a 580 a.C.), Alcman (?), Tirteu (?), e muitos outros.



Mas foi no campo da política que os gregos, principalmente os atenienses Sólon (638 a 558 a.C.) e Clístenes (565 a 492 a.C.), ficaram famosos, pois foram eles que “inventaram” a democracia. Para isso, Sólon deu direitos políticos a todos os cidadãos livres, e Clístenes dividiu a cidade em dez demos, cada um com pessoas de todos os tipos, mas com direitos iguais. Só isso levou um século para acontecer (o século VI). Observe o texto abaixo:

Sólon era aristocrata e se dedicou ao comércio. Mas, depois, passou a se dedicar integralmente à política. Criou a eclésia (assembléia), da qual participavam todos os homens livres atenienses, filhos de pai e mãe atenienses e maiores de 30 anos. Proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada Lei Seixatéia; dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou o tribunal de justiça. Ele aprimorou as leis criadas por Drácon, quarenta anos antes. Essas foram as primeiras leis escritas em Atenas.


Clistenes aprimorou o sistema criado por Sólon, cujas principais características eram: 
- Todos os cidadãos participavam da Eclésia (Assembléia Popular
- Restrita aos cidadãos, ou seja, tinha que ter mais de 18 anos e ser filho de pai e mãe atenienses. Mulheres, estrangeiros e escravos estavam excluídos.
 - Tinham seus cargos preenchidos por eleições e sorteios.
 - Para proteger seu regime ele instaurou o ostracismo, o que dava direito aos cidadãos de mandar para o exílio aqueles que colocassem a democracia em risco.


O século V, foi o século das guerras e do esplendor. As primeiras guerras foram chamadas de Guerras Médicas, e envolveram gregos e persas (ou medos). A primeira batalha ocorreu em Maratona (490 a.C.), onde os gregos derrotaram o rei persa Dario.


A segunda batalha ocorreu 10 anos depois: os persas mataram o general espartano Leônidas no desfiladeiro das Termópilas, e invadiram Atenas. Mas foram derrotados na Batalha Naval de Salamina (480 a.C.). O filho de Dario, Xerxes, também foi derrotado.


A terceira e última batalha ocorreu em 479 a.C., em Platéia. O cunhado de Xerxes, Mardônio, foi derrotado e morto.


Estas vitórias deram muito prestígio a Atenas, que criou a Liga de Delos, em 477 a.C. Essa união de várias cidades, era para defende-las dos persas e outros inimigos. Mas, em 454 a.C., o tesouro da Liga foi transferido para Atenas. Muito desse dinheiro foi usado para reformar a cidade, e realizar novas obras. Atenas transformou-se na cidade mais desejada e invejada da Grécia.


 O maior governante desta época foi Péricles (495 a 429 a.C.), sobrinho-neto de Clístenes. Uma de suas maiores obras foi a construção do Partenon, no alto da Acrópole de Atenas. E novos nomes surgiram: Ésquilo (525 a 455 a.C.), Sófocles (497 a 405 a.C.), Eurípides (480 a 406 a.C.), Aristófanes (447 a 385 a.C.), Heródoto (485 a 420 a.C.), Anaxágoras (500 a 428 a.C.), Empédocles (495 a 430 a.C.), Demócrito (460 a 370 a.C.), entre outros. Por isso, este século ficou conhecido como o “Século de Péricles”.



Mas tanto poder alarmou Esparta e, em 433 a.C., começou a Guerra do Peloponeso, jogando cidade contra cidade. Para piorar, em 432 a.C., começou uma epidemia que matou mais de 100 mil atenienses, inclusive Péricles. Assim, após inúmeras batalhas, Atenas rendeu-se, em 404 a.C.
Nem com a Guerra do Peloponeso, a cultura grega diminuiu: foi nesta época que surgiram os sofistas, que diziam que o “homem é a medida de todas as coisas” (o principal sofista foi Protágoras - 480 a 410 a.C.). Além disso, foi nessa época que viveu o primeiro grande filósofo: Sócrates (469 a 399 a.C.).











Um comentário:

  1. Na minha opinião o texto encontra-se bem escrito, ainda que com algumas lacunas a nível da construção frásica. Penso que poderia falar um pouco mais das diversas Guerras que marcaram as Cidades Gregas. Na minha opinião as imagens são bastante corretas associando-se bastante bem ao texto que as acompanha, todavia o maior erro, na minha ótica é a utilização de uma imagem referente ao filme "300", para a associação com a Batalha de Termópilas. Esse filme fala-nos apenas dos 300 espartanos, comandados por Leônidas, quando na realidade as forças dos Gregos eram ainda constituídas por mais mil soldados de outras cidades Gregas próximas do local da batalha e essenciais para manter a sólida barreira de Leônidas.
    À exceção deste pequeno detalhe o restante texto encontra-se minimamente correto

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